Desde 2007 está em fase de construção o chamado Banco do Sul que tem o reconhecimento de Argentina, Bolívia, Brasil, Equador, Paraguai, Uruguai e Venezuela, entretanto, até o momento, apenas quatro dos sete países – Argentina, Bolívia, Equador e Venezuela – haviam ratificado em seus respectivos tratados de Congressos internacionais que darão vida a este projeto. O capital inicial autorizado pelos países é de U$ 20 bilhões.
Apesar da aprovação de alguns países e do seu capital, ainda algumas questões necessitam ser melhor entendidas e esclarecidas, mas não quer dizer que a iniciativa não seja interessante e que não tenha sentido. As economias das América do Sul atualmente estão relativamente com suas posições externas confortáveis, ou seja, os balanços de pagamentos estão para o bem ou para o mal, superavitários e as reservas inernacionais aumentaram.
Há quase dez anos, do ponto de vista da politica internacional, estamos mais próximos, solidários e com políticas econômicas e sociais similares, portanto, uma instituição dessa magnitude fortalece a região e, por que não dizer, aumenta o poder de barganha junto ao FMI (Fundo Monetário Internacional), Banco Mundial e BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
Além disso, é uma iniciativa que, de maneira geral, aumenta a nossa autonomia e margem de manobra no campo internacional. Novas crises externas virão, cedo ou tarde, e temos de estar preparados para enfrentá-las sem comprometer a independência de nossas nações e solapar o processo de integração regional.
O Banco do Sul precisa definir claramente se será um banco de investimentos, aos moldes do BNDES, com o objetivo de apoiar ações de desenvolvimento econômico social ou, então, se financiará desequilíbrios de balanço de pagamentos (como faz o FMI). São funções muito distintas. Tão distintas que o melhor talvez seja criar duas instituições separadas. Não nos esquecemos que em Bretton Woods foram criadas duas instituições; FMI e Banco Mundial.
Essa proposta não é nenhum artifício econômico ou novidade, na Ásia, logo após a crise de 97/98, criou-se um fundo monetário, o que, concretamente, aumentou a segurança externa dos países da região e, ao mesmo tempo, aumentou a influência daquela região em organismos internacionais, bem como no FMI.
Uma das diferenças e ao mesmo tempo problemas, entre o nosso banco e o “fundo monetário asiático” é que lá a solidez financeira e técnica é garantida pela China e Japão. Aqui, o Brasil, a maior economia da região, está meio, digamos, escanteada do processo, haja vista, que se quer o Congresso Nacional discutiu aportes e projetos para o futuro Banco do Sul, evidentemente, além de Brasil, os outros garantidores deveriam ser a Argentina e Venezuela.
Por fim, se quisermos avançar na construção de um banco que ajude na reestruturação econômica e social de nossa região, é mais do que primordial que as relações dos países que comporão o “fundo” seja o mais democrático e plural possível, sem deixar que se reflita as diferenças de tamanho e aportes financeiros. Além do que, os possíveis desembolsos deverão ser mais ágeis e as garantias devem ser de outra natureza e não com os esforços fiscais e monetários absurdos que vivemos no passado recente e, atualmente, estamos observando ser impostos à alguns países europeus.
Apesar da aprovação de alguns países e do seu capital, ainda algumas questões necessitam ser melhor entendidas e esclarecidas, mas não quer dizer que a iniciativa não seja interessante e que não tenha sentido. As economias das América do Sul atualmente estão relativamente com suas posições externas confortáveis, ou seja, os balanços de pagamentos estão para o bem ou para o mal, superavitários e as reservas inernacionais aumentaram.
Há quase dez anos, do ponto de vista da politica internacional, estamos mais próximos, solidários e com políticas econômicas e sociais similares, portanto, uma instituição dessa magnitude fortalece a região e, por que não dizer, aumenta o poder de barganha junto ao FMI (Fundo Monetário Internacional), Banco Mundial e BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
Além disso, é uma iniciativa que, de maneira geral, aumenta a nossa autonomia e margem de manobra no campo internacional. Novas crises externas virão, cedo ou tarde, e temos de estar preparados para enfrentá-las sem comprometer a independência de nossas nações e solapar o processo de integração regional.
O Banco do Sul precisa definir claramente se será um banco de investimentos, aos moldes do BNDES, com o objetivo de apoiar ações de desenvolvimento econômico social ou, então, se financiará desequilíbrios de balanço de pagamentos (como faz o FMI). São funções muito distintas. Tão distintas que o melhor talvez seja criar duas instituições separadas. Não nos esquecemos que em Bretton Woods foram criadas duas instituições; FMI e Banco Mundial.
Essa proposta não é nenhum artifício econômico ou novidade, na Ásia, logo após a crise de 97/98, criou-se um fundo monetário, o que, concretamente, aumentou a segurança externa dos países da região e, ao mesmo tempo, aumentou a influência daquela região em organismos internacionais, bem como no FMI.
Uma das diferenças e ao mesmo tempo problemas, entre o nosso banco e o “fundo monetário asiático” é que lá a solidez financeira e técnica é garantida pela China e Japão. Aqui, o Brasil, a maior economia da região, está meio, digamos, escanteada do processo, haja vista, que se quer o Congresso Nacional discutiu aportes e projetos para o futuro Banco do Sul, evidentemente, além de Brasil, os outros garantidores deveriam ser a Argentina e Venezuela.
Por fim, se quisermos avançar na construção de um banco que ajude na reestruturação econômica e social de nossa região, é mais do que primordial que as relações dos países que comporão o “fundo” seja o mais democrático e plural possível, sem deixar que se reflita as diferenças de tamanho e aportes financeiros. Além do que, os possíveis desembolsos deverão ser mais ágeis e as garantias devem ser de outra natureza e não com os esforços fiscais e monetários absurdos que vivemos no passado recente e, atualmente, estamos observando ser impostos à alguns países europeus.
Paulo Daniel
Paulo Daniel, economista, mestre em economia política pela PUC-SP, professor de economia e editor do Blog Além de economia.