O PSOL CRITICA OS DESMANDO DE JABES E CACÁ

Imagem: Thiago Dias/Blog do Gusmão.
Carlos Machado e Jabes Ribeiro. Imagem: Thiago Dias/Blog do Gusmão.

Instância de base do PSOL/Ilhéus, o Núcleo de Resistência (NR) iniciou uma série de atividades no município. As ações do grupo são relatadas e analisadas em boletins encaminhados à imprensa. Além da realidade ilheense, as análises abrangem os dilemas da política nacional.

Segundo o boletim divulgado nesse mês, “a incompetência administrativa do governo Jabes e Cacá provoca reação popular na cidade”.

"O buraco do prefeito tapou na Rua da Horta", diz a frase pintada na "barricada" de protesto que fechou a Avenida Ubaitaba, em Ilhéus.
“O buraco do prefeito tapou na Rua da Horta”, diz a frase pintada na “barricada” que fechou a Avenida Ubaitaba.

No último dia 23, o NR visitou a Rua Nova Esperança, antiga Rua da Horta. Conforme o relatório do núcleo, “as dificuldades vão além dos buracos e do esgoto a céu aberto: o governo tem sucateado o sistema municipal de saúde pública e a população começou a reagir”.

De acordo com o boletim, os problemas do serviço público de saúde também geram muitas reclamações nos bairros Ilhéus II e Teotônio Vilela.

O relatório também menciona as inúmeras denúncias da população veiculadas na imprensa local.

Alto do Coqueiro: “Escadaria pode desabar a qualquer momento”

Escadaria do Alto do Coqueiro. Imagem: NR/PSOL.
Escadaria do Alto do Coqueiro. Imagem: NR/PSOL.

Segundo o relatório, a situação é gravíssima no Alto do Coqueiro. A fragilidade atual da escadaria ameaça a vida da população. “Pode desabar a qualquer momento”.

O núcleo questiona o paradeiro dos milhões de reais que a Prefeitura de Ilhéus recebeu nos últimos anos para realizar obras de infraestrutura nos altos. Conforme o relatório, o município recebeu “R$ 10 milhões” na época do “desastroso desgoverno Newton Lima/Mario Alexandre/PT”. “E agora mais os R$ 5 milhões que a Câmara Municipal autorizou em 2014 para o também desgoverno Jabes e Cacá”.

O relatório lembra que os “recursos vultosos” deveriam ter o mesmo destino: “resolver a situação dos altos de Ilhéus”.

De acordo com o NR, o “governo Newton Lima/Mario Alexandre/PT” chegou a divulgar que a reforma da escadaria havia sido realizada. “Mentira: nada foi feito”.

NR questiona: “quem pagou pelos outdoors de Jabes?”

Imagem: NR/PSOL.
Imagem: NR/PSOL.

Segundo o relatório, enquanto a população sofre, os gestores municipais se dedicam à autopromoção. “O PSOL quer saber quem está pagando pelos outdoors do prefeito Jabes espalhados pela cidade.”

O núcleo também critica o comportamento do empresário e vice-prefeito. Conforme o NR, Carlos Machado (Cacá) usa a sua empresa para fazer “propaganda política antecipada”.

Assinado por Maíra Mendes, militante do PSOL/Ilhéus e professora da Universidade Estadual de Santa Cruz, o texto abaixo  integra o boletim desse mês. Leia.            

“Mal começou o ano de 2015 e a mudança que alguns esperavam na política nacional foi logo frustrada pela realidade: a composição do ministério de Dilma por figurinhas carimbadas do conservadorismo, o corte do orçamento nas áreas sociais (sendo a Educação a que teve maior redução, de R$ 600 milhões!) e as revelações dos esquemas de corrupção pela Operação Lava-Jato escancaram que a política do governo continuará voltada para os bancos e empreiteiras, e não para a maioria do povo.

O que parece piada de mau gosto é o lema adotado para o governo nos próximos 4 anos: “Brasil, pátria educadora”. Como já dizia um sábio russo, “as palavras convencem, o exemplo arrasta”. A educação brasileira já está em crise há tempos, e foi a primeira e a mais afetada pelo corte de verbas; os professores, todos sabem, tem um salário de dar vergonha; o país que sediará as Olimpíadas mal tem quadras escolares para as crianças. E o novo ministro da Educação, Cid Gomes, ficou conhecido por dizer que “professor tem que trabalhar por amor”. Ai quem me dera se amor pagasse nossas contas!

Seria cômico se não fosse trágico. Na campanha eleitoral, Luciana Genro já alertava que é preciso ter lado: colocar os interesses dos bancos e milionários em primeiro lugar é incompatível com valorizar a educação de qualidade como direito para todos. Mas a escolha do PT foi a de repetir uma fórmula que já se mostrou caduca com seu antigo adversário, o PSDB:  cortar direitos sociais. Assim como no governo federal, o governo de Rui Costa repete a fórmula: já são mais de R$ 7 milhões cortados das universidades estaduais.

Mas enquanto aqui no Brasil continua esta irracionalidade, vemos notícias esperançosas vindo do velho mundo: na Grécia, país em que há muito se discute o que é democracia, o povo escolheu para as eleições o “PSOL” de seu país, o Syriza: uma coalização da esquerda que rejeita seguir a cartilha do corte de direitos. Em poucos dias de governo, diversas medidas já foram tomadas para garantir que não seja o povo grego o mais penalizado pela crise econômica, bem diferente da lógica de “austeridade” (leia-se tesoura nos gastos sociais) dos governos petistas e da raivosa “oposição” tucana. Na Espanha também há grandes esperanças e simpatia com o partido “Podemos”, também na mesma linha anti-austeridade.

Aqui no Brasil, nós também podemos fazer política diferente. Depois de junho de 2013, as ruas mostraram que é possível vencer quando lutamos juntos. Esta é a verdadeira lição que educa mais do que qualquer slogan vazio.

Por isso o PSOL está aberto para aqueles que acreditam que política não é só para engravatados, que é do jovem de periferia, da dona de casa, do trabalhador, das mulheres negras, dos indígenas que resistem. Se você também acha que é necessário e possível construir uma alternativa política, vem com a gente, procure o PSOL!”