Corriam os anos pesados da ditadura militar, o pau quebrando, e um baiano maluco lançou uma música.
Como era de costume, a canção tinha de passar pelo crivo de censores - aliás, estúpidos e retrógrados como todos os censores.
Pois ninguém viu nada demais na música. Segundo ele, uma letra bobinha, um refrão mais ainda. Nada que abalasse a estrutura da família e ameaçasse a segurança nacional.
E vai que a música fez sucesso e quando foram perceber era um tremendo libelo contra a ditadura, a estupidez e a imbecilidade reinantes naquela época.
E não adiantaVir me detetizar
Pois nem o DDT
Pode assim me exterminar
Porque você mata uma e vem outra em meu lugar...