O retumbante fracasso do brado político-partidário da Globo




Direto do blog da Cidadania.
A nova minissérie da Globo, “Brado Retumbante”, pode até ser a mais descarada iniciativa da história da emissora de tentar contaminar o público, mas, na opinião deste blog, mesmo sendo, inegavelmente, a mais descarada, ela não almeja doutrinar ninguém. A minissérie não passa de onanismo político-ideológico e partidário.

“Brado” não almeja doutrinar ninguém simplesmente porque é muito explícita, muito descarada, com aquele sósia de Aécio Neves sendo apresentado como exemplo de ética e honestidade, com os ataques a sindicalistas, a um ministro pré-candidato a prefeito e com a glamourização dos peões da imprensa golpista.

A minissérie, no entanto, não deve durar muito. Estamos em ano eleitoral e certamente os partidos prejudicados pela masturbação político-ideológica e partidária da emissora não tolerariam que fosse exibida em período muito próximo da eleição.

Esse viés político-partidário, como já se sabe, foi impresso na trama por co-autores identificados com o PSDB e com o DEM. Guilherme Fiúza, da revista Época, e Nelson Motta, do Manhattan Conection, são antipetistas fanáticos. A minissérie não seria mais parcial se o co-autor fosse um Reinaldo Azevedo ou um Augusto Nunes.

Eis, aí, a razão do retumbante fracasso do “Brado” da direita, ao menos na semana que finda. Estreou na terça-feira (17) com audiência pouco acima do mínimo esperado para o horário das 23 horas na Globo (18 pontos no Ibope), cravando 19 pontos. Na quarta (18), caiu para 17. Na quinta (19), caiu para 14 e na sexta (20) repetiu a marca.

Particularmente, penso que a iniciativa não pretendia muita coisa. O público da Globo naquele horário já foi inoculado com as idiossincrasias político-partidárias e ideológicas da emissora carioca há muito tempo.

A minissérie, portanto, é apenas um agrado ao seu público cativo. Serve para manter o ânimo da militância reacionária de classe média alta em um momento em que a direita brasileira vem colhendo tantos revezes políticos, com seus partidos políticos minguando e suas maiores lideranças se desmoralizando.

Até a suspeita de que “Brado Retumbante” foi feita para encher a bola de Aécio Neves parece exagerada. Escolheram-lhe um sósia porque é o único oposicionista de peso com pinta de galã. Para representar José Serra, o ator não poderia ser bonito. E em tempos de CPI da Privataria, seria pra lá de arriscado.

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Do leitor Roberto Ribeiro: “Big Brother Bernardo, a Ley de Médios foi parar debaixo do edredom”.