A eleição para a Reitoria da UESC vem se dando por longas datas entre um grupo da extrema direita, cujo legado vem desde Altamirando Marques, passando por Renée Albagli (dois mandatos) e Joaquim Bastos (02 mandatos), e pelo grupo da oposição, nesse período, através de Dr. Geraldo Borges, Dinalva Melo e agora Valter. Com a estrutura na mão a direita sempre agiu de forma a desiquilibrar o processo eleitoral. Na minha época, os malditos 2/3 (dois terços) para professor e funcionários e 1/3 para a estudantada.
A argumentação para manter os 2/3 era totalmente torpe, mas servia para manter a direita no poder na UESC. Essa argumentação era baseada que o estudante passava, mas os professores e funcionários continuavam. Agora vejam: a estudantada é a razão da existência de uma universidade que preza pelo ensino e na hora de votar, nós valíamos menos que nada. Neste processo, esta argumentação torpe foi retirada no CONSU, mas continua tudo como Dantes no quartel de Abrantes.
A Direita sempre utilizou instrumentos rasteiros para se manter no poder. Na minha época, eles contratavam uma porrada de professores substitutos e cobravam dos mesmos lealdade no voto. Eles pressionavam os funcionários a votar com eles senão perdiam cargos ou ficavam esquecidos na próxima gestão. Eles, agora, em pleno período eleitoral, contratam o pessoal do concurso, e, segundo informações, chegam a cem funcionários para que votem neles. Ao final, e ao cabo lançam out doors com a cara do reitor, apoiando a sua candidata.
O pior de tudo é que estes mecanismos escusos acontecem na cara de todo mundo e ninguém com respeitabilidade se interpõem a esta sujeira. A eleição da reitoria acontece em um clima de vale tudo eleitoral, sem as regras que a legislação impõe como a não contratação de pessoal no período eleitoral. Ora, a Lei Complementar N.101/2000 impede que os órgãos da Administração Direta e Indireta, da União, Estados e Municípios (Art.2º.) realizem aumentos de pessoal nos últimos cento e oitenta dias das eleições (Art.21, Parágrafo Único). Só que as eleições da reitoria ocorrem em período não eletivo, previsto no TSE, mas se utilizam destes artifícios para implodir qualquer que seja a chapa que venha a concorrer contra eles. No final vai para o espaço o equilíbrio de forças e a justeza da eleição, já que não subordinado aos Princípios Norteadores da Constituição, ocorre o tal vale tudo falado, temos que engolir eleições após eleições na reitoria, o mau uso da máquina, a improbidade administrativa e outras coisas impublicáveis.
Continuando no pior de tudo, é vermos o Partido dos Cururus do Brasil arrolhado ao sistema que impede a Universidade tomar outros ares. É uma vergonha. Uma triste vergonha. Por isso, conclamo a estudantada a dar a maior surra na direita e no pretenso candidato a prefeito de Ilhéus. Vamos mostrar pra eles que temos ética e respeito pela instituição UESC. E aos professores e funcionários ficam aquelas perguntas: Já não chega de tanta chicotada? Já não chega de tanta humilhação? Já não chega de tanto arrocho? Na eleição abrem a caixa, depois que ganham fecham... Por isso, acaso estivesse na UESC votaria em Valter e Mayana Brandão (coleguinha).
Vladimir Hughes
Ex-Aluno de Economia da UESC