PORTO SUL E O IMOBILISMO DO MUNICIPIO DE ILHÉUS
postado por Mirinho
Quando a gente vê um governo apático, anêmico, preguiçoso, nocivo à sua população e batendo à sua porta um mega empreendimento, prenunciando uma reviravolta econômica, financeira e social em uma região inteira que padece com as conseqüências do desemprego, sinceramente, o nosso entusiasmo dá passagem à preocupação e nos faz refletir quanto ao futuro da nossa gente.
O progresso traz crescimento e desenvolvimento, mas, em proporções inversamente maiores, trazem problemas, porque com o fortalecimento da economia, geração de empregos, com eles virão aventureiros, populações de todas as regiões do nosso Estado e de alguns pontos do país, na busca do “Eldorado”, da “Terra Prometida” e aqui se instalarão.
Serão novos costumes a se imiscuir com os nossos existentes; será a agitação confrontando com a tranqüilidade; serão as invasões que inevitavelmente darão origens a novas comunidades favelizadas; será a criação de novos bolsões de pobreza, considerando que a maior parte da população ingressa será constituída de pessoas sem qualificação, quando a mão de obra disponível exigirá qualificação profissional; será o aumento do tráfico, da prostituição, da pedofilia e da violência que encontrarão cancha para se desenvolver, incontrolavelmente. Serão problemas a serem administrados. Serão choques a serem contornados e equilibrados.
Não é preciso ter dom de pitonisa, ser profeta, ou adivinho. Trata-se de futura e triste realidade anunciada desde já, ante o imobilismo, a incompetência e a má vontade do nosso governo municipal, que não dispõe sequer do rascunho de um planejamento, para que o nosso Município possa enfrentar com eficácia a problemática que se desenha em decorrência do advento intermodal porto sul.
Se hoje cobrarmos ações nesse sentido, teremos uma exposição de idéias “buriladas” em lindos discursos bordados em pontos “rococós”, capazes de impressionar, mas, só a quem não conhece essa prática discursiva dos seus oradores, atores com especialização em promessas, fantasias e imobilismo, com teses defendidas em Mestrado, contra o trabalho, contra a transparência e em desfavor do interesse coletivo.
Com certeza já fizeram a projeção dos cálculos do aumento da receita com o inicio da instalação do empreendimento. Segundo noticiam, poderá atingir a 40 milhões de reais e, possivelmente, pelo menos parte dessa arrecadação será administrada, ainda, pelo atual governo municipal, cujo mandato findará em 31 de dezembro de 2012. É preocupante.
Contudo, não poderemos continuar pobres e famintos, nem abdicarmos da instalação do porto sul, porque o nosso gestor e o seu discipulado jogaram a bússola da seriedade em local íngreme, inacessível e desconhecido, se distanciam da transparência administrativa, imprimem um “anti-trabalho” e se encontram assentados na defesa dos seus interesses pessoais, prejudicando nitidamente a comunidade.
Portanto, o intermodal porto sul é viável e deve se tornar realidade. O que preocupa é o governo municipal que tem demonstrado inabilidade, incompetência e incapacidade para planejar o futuro do Município e municiar as futuras administrações com diretrizes eficientemente articuladas para o enfrentamento dos problemas que surgirão.
A população deve arcar com o ônus do seu erro eleitoral e não desanimar, continuar apoiando o empreendimento e, em parceria com o governo do Estado envidar todos os esforços para defender a sustentabilidade, a manutenção das propriedades insertas na poligonal, desde que não prejudique a obra em caso de desvio no seu traçado para mantê-las, promover a alfabetização dos nossos analfabetos, edificar escolas públicas profissionalizantes nas áreas do seu entorno, construir complexos esportivos, qualificar mão de obra, assegurar as vagas de empregos, com prioridade para os ali residentes, seguido das demais comunidades, trabalho este, que vem sendo realizado entre Estado, segmentos sociais e lideranças dessas comunidades em reuniões mensais, com sucesso.
O futuro gestor e os possíveis 21 vereadores eleitos em 2012 serão o alicerce no qual se edificará a construção do futuro de Ilhéus, a partir da instalação do complexo intermodal, que funcionará como abertura do caminho para a impulsão do desenvolvimento e do crescimento econômico regional, portanto, deverão ser portadores de condutas irrepreensíveis, devotados pela coisa pública e, sobretudo, idôneos, porque, se assim não for, construiremos, ao invés de um empreendimento próspero em base sólida, um castelo de areias, com prazo determinado para ruir.
Mais uma vez a decisão será nossa: Povo, massa, população.
É impossível não errarmos quando o assunto é escolha política, em quem votar. Porém, com raríssimas exceções, repetiremos o nosso imperdoável erro se mantivermos a maioria das figuras do nosso Legislativo e do nosso Executivo atuais.
Vamos construir a Arca do Futuro Decente e escolher a dedo quem serão os nossos tripulantes, sobreviventes e responsáveis pela Ilhéus do amanhã.
A passagem para o embarque nessa Arca não tem preço. Exigir-se-á do candidato apenas o preenchimento de três requisitos: Trabalho, Decência e Compromisso.
Um ótimo slogan para um candidato que se respeita.
A partir daí, que venha o progresso com todos os seus problemas.
A gente traça, degusta e digere.