Aleluia e os escândalos de corrupção: quem foi Naninha…
por Charles Carmo, em O RecôncavoNada como um dia após o outro, com uma noite no meio.
O candidato derrotado ao Senado José Carlos Aleluia virou, na oposição, o paladino da moralidade pública.
Contra o governo de Lula e agora no governo da presidenta Dilma, Aleluia se transformou numa caricatura de defensor da moralidade.
“Se já não bastasse a presença de baianos no festival de corrupção que assola o país, temos ainda que assistir à sabujice e covardia dos representantes da Bahia no Senado Federal”, lamenta o presidente estadual do Democratas sobre o comportamento dos três senadores baianos diante do requerimento de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar os indícios de corrupção no governo federal.
No papel de oposicionista sem mandato, Aleluia agora diz que “Quem não deve não teme. É preciso investigar os casos de corrupção que rondam o Palácio do Planalto. A sociedade brasileira não pode ter só a imprensa como aliada nesta luta contra o lamaçal em que mergulha a República Brasileira. O Congresso precisa cumprir seu papel constitucional”.
No passado, quando foi citado como um dos supostos envolvidos com o escândalo dos anões do orçamento, Aleluia jurou inocência. Acabou inocentado.
Segundo matéria da revista Istoé, publicada em setembro de 2002, “Os deputados Sérgio Guerra (PSDB-PE) e José Carlos Aleluia (PFL-PE) estão entre os parlamentares citados por José Carlos Alves como integrantes do esquema da corrupção do Orçamento e que foram inocentados pela CPI, aberta diante da gravidade das denúncias. Mas o fato de o relator, deputado Roberto Magalhães (PFL-PE), tê-los inocentado gerou suspeitas na época. Falava-se em uma troca. Magalhães teria aceitado livrar o correligionário Aleluia se em troca seu partido aceitasse liberar o conterrâneo Sérgio Guerra, que à época era filiado ao PSB.”
Em 2006, quando seu nome foi associado ao escândalo das ambulâncias, o ímpeto investigativo do candidato derrotado se arrefeceu, e muito.
Agora, afastado do poder pelos eleitores, Aleluia sai da posição de suspeito do passado, segundo a Istoé, para a de acusador do presente.
Quem foi Naninha…
Em tempo: uma amiga de São Paulo, prenhe de razão, pergunta-me quem é a tal Naninha, que o texto não cita. Explico: trata-se de uma expressão do dicionário baiano, que, no caso concreto, equivale a “Quem foi Aleluia”.