A Bahia representada no combate a corrupção
“Vossa senhoria afirmou que o governo
vem atuando fortemente para solucionar os problemas que a Operação Lava
Jato apontou. O que está sendo efetivamente feito? A senhora conhece
alguma ação ou manobra do governo para ajudar essas empresas a resolver
essa situação? Possíveis acordos de leniência? Seria essa a atuação? A
possibilidade de recontratar as mesmas empresas envolvidas?”. Estes
foram alguns dos questionamentos feitos pelo deputado federal Félix
Mendonça Júnior (PDT-BA) à ex-presidente da Petrobras, Graça Foster,
durante sessão da CPI da Petrobras realizada nesta quinta-feira (26). A
ex-executiva da estatal compareceu à CPI na condição de testemunha,
sendo acompanhada por três advogados.
Foster disse que uma das medidas de
combate à corrupção foi tomada assim que ela, na condição de presidente
da empresa, teve acesso ao processo da Operação Lava Jato e às delações
premiadas, principalmente as do ex-diretor Paulo Robert Costa e do
doleiro Alberto Youssef. “Nós passamos a agir imediatamente. Por exempo,
aditivos de contratos assinados à época do ex-diretor não seriam mais
aditivados; sim, em questões excepcionais. Nós contratamos escritórios
independentes, um americano e um brasileiro, para fazer uma investigação
interna, que eu falei um ano, mas já me corrigiram e que pode levar até
três anos. Temos uma relação direta com a Polícia Federal. Nós criamos
uma diretoria de governança, risco e conformidade. Então, o que eu pude
fazer, foi feito”, argumentou.
Na opinião de Félix Júnior, que é
também o segundo vice-presidente da CPI, a ex-executiva da Petrobras
mostrou-se disposta a colaborar com o avanço das investigações e deixou
claro a fragilidade da estatal no acompanhamento e na gestão dos
contratos assinados no período investigado pela comissão, que vai de
2005 a 2015, a exemplo da Refinaria Abreu e Lima em Pernambuco.
“É inadmissível que um projeto orçado
inicialmente em 2,5 bilhões de dólares passe a custar 18 bilhões de
dólares. Isso é, no mínimo, vergonhoso para a mais importante empresa do
Brasil. Precisamos passar tudo isso a limpo para recuperar a
Petrobras”, asseverou o pedetista. Redação: O Defensor.