AS ELEIÇÕES 2014 E O NECESSÁRIO DEBATE PROGRAMÁTICO

RODRIGO CARDOSO
Rodrigo Cardoso é presidente do Sindicato dos Bancários de Ilhéus e presidente do PCdoB ilheense.
Rodrigo Cardoso é presidente do Sindicato dos Bancários de Ilhéus e do PCdoB ilheense.
Passada a Copa do Mundo, marcada pelo bom futebol, pelas derrotas acachapantes da seleção brasileira e por previsões dos catastrofistas que previam e instigavam desastres na organização e realização do evento como forma de enfraquecer o governo da presidenta Dilma, enfim o calendário chega nos meses mais importantes para o país, nos quais os debates predominantes deverão ser sobre as eleições de presidente, governadores, senadores, deputados federais e deputados estaduais.
Creio que a maioria dos brasileiros gostaria de ver uma campanha eleitoral pautada por programas, ideias e propostas para melhorar o país e as condições de vida do povo, superando uma tendência ainda presente em nossa jovem democracia de discutir eleições através de ataques pessoais e motivações privadas, obscuras ou abertas.
Para isso, é necessário se conhecer o que cada um propõe, e um instrumento relevante para se ter uma noção do que pretende o candidato a cargo executivo é o programa de governo que todos são obrigados a entregar à justiça eleitoral.
Pode-se argumentar que esse documento seria apenas para juiz ver, não se consubstanciando em objetivos reais, ou meras promessas que cairão no esquecimento logo após as eleições. 
No entanto, tais documentos programáticos, mesmo sendo genéricos, não podem ser desprezados para que não se criem expectativas futuramente frustradas sobre tal ou qual mandatário público acerca de coisas com as quais o mesmo não se comprometeu.
Lembro-me de vários petistas e simpatizantes desapontados com aspectos do primeiro governo do ex-presidente Lula, cobrando elementos programáticos de sua primeira campanha presidencial em 1989 (como a auditoria da dívida externa), ignorando os compromissos que ele assumiu na famosa “Carta ao Povo Brasileiro”, de 2002 (garantia da estabilidade monetária, honrar todos os contratos e acordos vigentes sobre a dívida, etc).
Também, obviamente, seria ingenuidade crer que o programa é composto de uma totalidade de objetivos reais e nenhuma propaganda eleitoral, ignorando a história e declarações públicas dos candidatos, forças políticas que o sustentam e seus colaboradores.
Assim, se por um lado é razoável compreender que nem todo o programa será realizado (muitas vezes quase nada) por outro, não pode o eleitor cobrar de um mandatário acerca de compromissos que o mesmo nem assumiu. Querer um liberal representante dos grandes planos de saúde privados se empenhando no fortalecimento do SUS, por exemplo, seria algo, no mínimo, inusitado.
Ainda assim, conhecer as ideias apresentadas e buscar as mais variadas informações (tendo muitocuidado com as fontes em tempo de internet) sobre em quem se vai votar, ajuda na construção de um debate propositivo e com espírito público.
Segue links dos programas de Governo de Dilma e Aécio , candidatos que no momento polarizam a eleição presidencial e que debaterei na próxima parte.
Originalmente postado no Ilhéus24h.