Falar de Amor no auge do século XXI onde o troca-troca de palavras, de farpar, de corpos , de bocas está tão na moda, o romantismo ou simplesmente o significado do amor parece não ser um ingrediente que se encontre nas prateleiras do supermercado nem tão pouco na farmácia. A paciência e a tolerância estão em desvantagem diante da falta de pudor e racionalidade quando o assunto é Respeito pelo outro.
Dia dos Namorados! Dia do amor? Infelizmente a estatística nos faz relembrar e refletir sobre a consequência deste nobre sentimento, que quando correspondido enche os corações de paz e ternura e se torna romance, quando rejeitado ocupa as paginas policiais dos noticiários do país.
Entre os anos 2000 à 2010 foram assassinadas 43,5 mil mulheres, é o que informa um estudo do Instituto Sangari - coordenado pelo sociólogo Júlio Jacobo Waiselfiz e realizado em parceria com a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) . O estudo analisou os números de 1980 a 2010, onde foram registrados no país cerca de 91 mil mulheres, 43,5 mil só na última década. O número de mortes nesses 30 anos passou de 1.353 para 4.297, um aumento de 217,6% nos índices de assassinatos de mulheres no Brasil.
Seja ocupando a mídia nacional, quando um atleta famoso manda matar a amante ou no jornalzinho de bairro quando o vizinho esquarteja a namorada, o crime choca e preocupa. Mas não é uma preocupação proveniente do crime, como ato, e sim em relação ao porque a mulher “sexo frágil” está se tornando elemento vulnerável a violência sem volta, que nem sempre coloca o homem como réu.
Quando resolvemos mastigar uma cana, as primeiras mordidas são doces e suculentas, fonte de prazer inigualável. Mas com o tempo aquele sabor suave vai se desgastando e incomodando a garganta, nos deixando sufocados. O bagaço de cana não pode ser jogado no chão, pois a censura não permite, nem tão pouco podemos engolir pois o estômago não digere. O que fazer?
Comparemos o bagaço de cana aos relacionamentos desgastados pelo tempo e pela mesmice, onde filhos, família, posição social obrigam casais que nada mais sentem um pelo outro a viverem um casamento ou um namoro de fachada, simplesmente por “comodismo”. Homens e mulheres se acham donos do próprio coração, esquecem que quando se conheceram não decidiram racionalmente que iriam se apaixonar, se apaixonaram do nada, pelo nada e resolveram viver tudo.
Se Deus pudesse refazer a “Engenharia do Amor”, e aceitasse um palpite, sugeria ao Criador que introduzisse do coração do ser humano um botão de liga/desliga, com um chip de alerta. Poderíamos então enviar um sinal quando nos sentíssemos atraídos pelo outro e quando este sentimento terminasse apertaríamos um botão de desliga e automaticamente o coração do outro deixaria de nos olhar como sendo “seu”.
O grande problema é que nem sempre quando deixamos de gostar do outro temos a mesma paciência para convencê-lo quanto tivemos para conquistá-lo. A linha tênue entre o amor e ódio é traçada, e o que vai romper a barreira é o pudor e a palavra magica para qualquer relação, Respeito!
E o Respeito não está disponível para compra, nem é um estudo feito a distância. É um sentimento que temos que cultivar primeiro para “si” e que naturalmente brotará como fruto para o “outro”. Respeitar o tempo do outro, o sentimento do outro.
O coração é um terreno fértil, quando um se fecha o outro está aberto a espera desta semente e pronto para ser semeado. O machismo não se esvaiu com o feminismo, apenas se ofuscou pela luminosidade da vitalidade feminina. Mas, a sabedoria da mulher está sendo demolida pela euforia de viver em décadas o que em milênios deixaram para trás.
Percebam, as milhares de histórias de mulheres assassinadas, tem como elemento central um “terceiro” ou “terceira”. A liberdade feminina eliminou o pudor da decência. Se não existe mais amor, termine. Se não há mais desejo pelo outro, espere. Paciência! Mulheres morrem pelas mão de mulheres, inconformadas pela derrota. Homens matam mulheres inconformados pela traição. Se o outro não tem mais nada a lhe oferecer não insista, não tente engolir o bagaço de cana.
O amor em si é terno e brando, solido e solidário, respeitoso e paciente. Ama como se amasse a si mesmo, sofre com a dor do ser amado. De tão sutil é ofuscado pela chama da paixão.
A paixão é egoísta, avassaladora, petulante e apressada. Atrevida não mede consequências para ter o que quer. Fogo de palha, queima e mata. Texto do Circobrasileiro2011.no.comunidades.net
Amantes da face da terra não deixem que a natureza do amor seja enterrada pela fúria da paixão. Amem até onde der para amar, e vivam eternamente com a lembrança dos bons momentos dos seus grandes amores.