Fotos: Max Haack/ Ag. Haack/ Bahia Notícias
O ex-presidente Lula retomou nesta quarta-feira (24), em comício realizado em Paripe, no Subúrbio Ferroviário de Salvador, o fatídico episódio da promessa de surra do deputado federal ACM Neto (DEM), em 2005, e comentou o argumento de campanha do democrata, de que o seu avô, o falecido senador Antônio Carlos Magalhães, criou as bases para a implantação do programa Bolsa Família. Apesar da expectativa da multidão que lotou a Praça da Revolução e imediações para vê-lo falar, o petista só pode discursar por cinco minutos, sem deixar de levantar polêmicas. Assim que chegou de uma carreata pelas ruas suburbanas, acompanhado pelo governador Jaques Wagner, do candidato a prefeito Nelson Pelegrino, parlamentares, secretários e comitiva, ele comunicou que estava sem voz e falaria "rapidinho", pois teria na sequência um voo de mais de três horas para Cuiabá (MT), onde participaria de outro encontro popular. Sem mais delongas, atacou diretamente o postulante democrata ao Palácio Thomé de Souza. "O povo pobre deste país não merece um político mentiroso. Eu não vou falar mal de ninguém, mas tem um companheiro aí, que está concorrendo contra o Nelson, que disse que ia me bater, que ia dar uma surra em mim. Primeiro é que jamais eu iria brigar com ele, porque se eu batesse nele seria uma vergonha e se eu apanhasse uma vergonha e meia. Então, eu preferi ficar quieto, mas agora ele plantou uma mentira sórdida de que foi o avô dele que criou o Bolsa Família. Aí é demais, aí é demais", ponderou Lula, ao ser interrompido pelos aplausos da plateia. "A Bolsa Família que eles criaram foi outra, que não repartiram com o povo, que ficou só para uma família [Magalhães]. O Bolsa Família que atende aos interesses da maioria do povo certamente vocês me ajudaram a criar neste país", considerou.
Na sequência, ele disse que "o PT não tem vergonha de assumir que quer ganhar Salvador", livrou o seu partido, que comanda o Estado, da culpa pelo abatimento de parte dos soteropolitanos com a situação da cidade e arrumou um réu: João Henrique. "Nós não temos responsabilidade se o atual prefeito é um fracassado, se não fez as coisas que prometeu", torpedeou. Na despedida, Lula lembrou ainda de duas datas marcantes que serão celebradas no próximo sábado (27), véspera da eleição: os dez anos da sua primeira vitória para o Planalto e os seus 67 anos – "Tô parecendo um menino de 30" – para pedir o voto no seu candidato, "em nome da lealdade" com a população. O "Parabéns a Você" foi conduzido por Wagner, que, sob palmas, abandonou o espaço com Lula. Informações do BN.