Divulgação / Prefeitura de São Paulo
“Copenhague não é São Paulo, mas São Paulo pode ser cada vez mais Copenhague.” A afirmação pode parecer exagerada, mas o dinamarquês especialista em mobilidade urbana Mikael Colville-Anderse garante que não há qualquer excesso de otimismo. Ele se refere ao programa “Escolas de Bicicleta”, desenvolvido pela Secretaria municipal de Educação desde março. Mikael acredita que as novas gerações da rede pública paulistana estão cada vez mais engajadas no sustentável transporte em duas rodas. Os trabalhos no Centro Educacional Unificado (CEU) Jardim Paulistano, zona norte de São Paulo, começam cedo. Num paciente exercício de quebra-cabeça, os alunos montam bicicletas de bambu. A matéria-prima, ao contrário do alumínio, não exige altas doses de energia em sua fabricação.
A fábrica tem capacidade de produção de cerca de 50 bicicletas por dia e, desde o início da operação, em março, já construiu 1,5 mil. Quem fabrica a sua própria “magrela” passa a ir de casa ao colégio usando a nova companheira. A segurança é garantida pelos monitores, pelas ruas tranquilas, onde o compartilhamento já é natural, e pela conscientização de toda a comunidade. Até dezembro, os 45 Centros Educacionais Unificados (CEUs) da cidade e o Centro de Convivência Educativa e Cultural de Heliópolis terão nada menos do que 4,6 mil estudantes formados. O dinamarquês Mikael foi responsável pela assistência ao projeto, que teve custo de implementação de R$ 3,1 milhões. O investimento para a Secretaria de Educação manter o programa é de R$ 1,4 milhão por ano.
Os quadros feitos de bambu foram criados pelo designer brasileiro Flávio Deslandes. Ele foi o inventor da primeira bicicleta de bambu, em 1995, e hoje desenvolve seus projetos na Dinamarca. Além das bikes, os alunos recebem um kit composto por capacetes, iluminação, colete refletor, bagageiro e alforje, buzina, espelho retrovisor e cadeado.