Conquista: Candidato a vereador, ex-PM David Salomão pede prisão de presidente municipal do PCdoB; Daniel Almeida rebate: ‘ele foi expulso do partido’


Conquista: Candidato a vereador, ex-PM David Salomão pede prisão de presidente municipal do PCdoB; Daniel Almeida rebate: ‘ele foi expulso do partido’
Fotos: Lay Amorim/Brumado Notícias | Tiago Melo/Bahia Notícias
O ex-policial militar David Salomão, um dos líderes da greve da PM-BA realizada no início deste ano, protocolou nesta quarta-feira (5) uma ação que pede a prisão do presidente do PCdoB de Vitória da Conquista, Antônio Marcos Andrade de Oliveira. De acordo com o secretário-geral do PSOL na Bahia, Ronaldo Santos, a Justiça concedeu a Salomão o direito de ter o tempo de TV como candidato do PCdoB, mas a presidência da legenda “desacatou” a decisão judicial e “ontem [quarta-feira, 5] não veiculou a propaganda de David Salomão”. Segundo o pessolista, que encampou a briga do ex-PM, Antônio Marcos “obedeceu” à ordem de “lideranças do governo” de negar-lhe a possibilidade de se candidatar pela legenda a uma vaga na Câmara de Vereadores de Conquista, terceiro maior colégio eleitoral do estado. Ronaldo afirma que o pedido dos aliados do governo de Jaques Wagner seria motivado pelo fato de Salomão estar entre as lideranças do movimento paredista dos policiais militares. No site do TSE, as informações dão conta de que a situação do registro da candidatura é “indeferido com recurso” e o motivo da "impugnação" é "candidato não escolhido em convenção partidária". Ouvido pelo BN, David Salomão disse que registrou “individualmente” sua candidatura e entrou com um mandado de segurança alegando a “nulidade” da convenção partidária que homologou as candidaturas do PCdoB no município, lista na qual o seu nome não entrou. Ele garantiu que participou do evento e denuncia uma suposta fraude. “Eles passaram uma lista de presença, sem numeração de página, sem nada, e eu, percebendo a maldade deles, registrei minha presença em letra de forma”, contou Salomão ao BN. Segundo ele, a relação de nomes foi “anexada à ata” como “se fosse uma votação por unanimidade” dos nomes escolhidos entre os comunistas para a disputa eleitoral. “Entrei na Justiça pedindo anulação da convenção na preliminar e, no mérito, a manutenção da minha candidatura”, detalhou o ex-policial, que é advogado. Tanto ele quanto o secretário-geral do PSOL, que lhe é solidário, insistiram que o PCdoB negou a candidatura a David Salomão porque teria ocorrido pressão de governistas sobre a cúpula comunista. De acordo com Ronaldo Santos, “um dos lideres” da suposta articulação anti-Salomão é “o deputado estadual Fabrício Falcão, que obedece sem reclamar às ordens petistas”. Procurado pela reportagem, Falcão apresentou outra versão. Segundo ele, a candidatura do ex-PM “caiu porque desde abril [deste ano] ele foi expulso pela direção estadual do partido”. Questionado sobre a razão da exclusão, o presidente estadual do PCdoB, deputado federal Daniel Almeida, disse ao BN que David Salomão “foi expulso a partir de uma apreciação que o partido fez sobre seu comportamento durante a greve da PM”, que não seria “condizente com a linha do partido”. O líder comunista negou qualquer tipo de interferência do bloco governista no processo e ressaltou que o assunto foi tratado “estritamente” no “âmbito interno” da legenda. Almeida destacou ainda que considera “estranho que outros partidos” se envolvam com questões que dizem respeito exclusivamente ao PCdoB, em uma crítica indireta ao PSOL. Do BN.