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Comemorado por reunir “as melhores e maiores cabeças pensantes” da sociedade civil organizada de Ilhéus, dentre eles um ex-reitor da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), e apresentá-la como uma proposta “inovadora” para resolver os problemas de Ilhéus, o Plano de Governo do candidato a prefeito Jabes Ribeiro, da Coligação “Por Amor a Ilhéus”, registrado no TSE, é uma escandalosa cópia do Plano de Governo do então candidato a prefeito de Porto Alegre, em 2008, José Fogaça. Em resumo: é, em alguns trechos, um plágio. A notícia foi publicada neste sábado (21) pelo respeitado site Pimenta, de Itabuna.
O conteúdo do programa de Jabes traz absurdas semelhanças com os pensamentos de Fogaça sobre a forma de se administrar uma cidade como Porto Alegre, que apresenta situações sócio-econômicas bem diferentes das de Ilhéus. Por exemplo, quando a equipe de Jabes refere-se aos “Conselhos Municipais Instanciais de Planejamento e Controle”, o plano de Jabes para Ilhéus assegura que os conselhos municipais terão papeis auxiliar no planejamento e legitimo controle social, constituindo-se como um novo padrão de relações entre o Estado e Sociedade. Também é importante salientar que neles se expressam os diferentes grupos de interesses, uma vez que a sociedade civil não se constitui num todo harmônico, estando neles representados os diversos grupos sociais. Portanto, é preciso reconhecer, nessa nova ordem institucional, não a afirmação/consolidação de um espaço de oposição entre Estado/sociedade civil, mas de um espaço de participação, em que diferentes projetos políticos possam ser disputados. Ou seja, mais uma vez, o compromisso é não promover a disputa política partidária nos Conselhos, para não torná-los reféns de uma única visão política. Os Conselhos devem ser locais, de busca da consertação das políticas públicas e do apoio a sua implantação, assim como de fiscalizador das ações delas decorrentes.
Leia agora o que dizia Fogaça, quatro anos atrás, como proposta para Porto Alegre: Se, por um lado, os Conselhos se constituem como um novo padrão de relações entre o Estado e Sociedade, também é importante salientar que neles se expressam os diferentes grupos de interesses, uma vez que a sociedade civil não se constitui num todo harmônico, estando neles representados os diversos grupos sociais. Portanto, é preciso reconhecer, nessa nova institucionalidade, não a afirmação/consolidação de um espaço de oposição entre Estado/sociedade civil, mas de um espaço de participação, em que diferentes projetos políticos possam ser disputados. Ou seja, mais uma vez, nos comprometemos a não promover a disputa política partidária nos Conselhos, para não torná-los reféns de uma única visão política. Os Conselhos devem ser locais, de busca da consertação das políticas públicas e do apoio a sua implantação, assim como de fiscalizador das ações delas decorrentes.
“Não se trata de um só trecho copiado. Em vários momentos pode se perceber “semelhanças muito grandes” entre um plano e outro, sem que, no caso de Ilhéus, tenha sido citada a fonte criadora do conteúdo”, revela o responsável pela descoberta, ao acessar, por curiosidade, a minuta do Plano de Governo de Jabes, e buscar trechos parecidos no Google. O descobridor integra o quadro de professores da Universidade Estadual de Santa cruz (Uesc), está acostumado a rastrear plágios de estudantes, mas pediu para ficar no anonimato, com medo de represálias. No início do documento registrado no TSE, a equipe de Jabes o apresenta como sendo um político “muito mais amadurecido, experiente e preparado técnica e politicamente, preenchendo as condições e capacidade de articulação dialógica, exigida pela moderna cultura política democrática e republicana, suprapartidária, dos tempos atuais, contudo, mantendo rigor na preservação de valores éticos”. O PG de Jabes pode ser acessado pelo site do TSE. Já para conhecer o de Fogaça, que serviu de inspiração para Jabes, clique emhttp://download.uol.com.br/eleicoes2008/poa-fogaca.pdf
Tiro no pé - Com o Plano de Governo em mãos, Jabes Ribeiro começou a visitar as instituições e representantes da sociedade para que contribuíssem na evolução do conteúdo. Ao que tudo indica, puro jogo de cena. Pessoas ligadas a ele usaram, inclusive, da estratégia de tentar desqualificar o conteúdo programático dos adversários, ao comentarem publicamente que eles não teriam propostas plausíveis para a cidade. “Resta saber se as propostas de Fogaça para Porto Alegre, uma das cidades mais desenvolvidas do Brasil, cabem para uma cidade do porte de Ilhéus, situada no nordeste e com condições sociais e econômicas completamente distantes das do sul. Ou se era apenas um jogo de cena com propostas de quem não tem propostas para governar”, critica o descobridor da fraude.
Veja mais algumas semelhanças já pesquisadas e encontradas:
O que Jabes pensa sobre "A organização da gestão"
Ilhéus terá como pilar a intersetorialidade e transversalidade dos setores constituídos na estrutura administrativa tanto meio como nas áreas de execução (Saúde, Educação, Assistência Social, Criança e Adolescente, Direitos humanos, etc.), com o intuito de se firmar como um espaço de co -gestão entre Estado e sociedade, trazendo formas inovadoras de gestão pública para o exercício da cidadania ativa, possibilitando à sociedade a definição de um plano de gestão das políticas setoriais, com uma maior transparência da alocação de recursos.
O que Fogaça pensava em 88
O controle social da Gestão Pública nas diversas áreas (Saúde, Educação, Assistência Social, Criança e Adolescente, Direitos humanos, etc.), tem intuito de se firmar como um espaço de co-gestão entre Estado e sociedade, trazendo formas inovadoras de gestão pública para o exercício da cidadania ativa, possibilitando à sociedade a definição de um plano de gestão das políticas setoriais, com uma maior transparência das alocações de recurso.
O que Jabes pensa sobre "Projeto Político"
Construção de um projeto político-administrativo que leva em conta a complexidade dos atores e suas diferenças, pelo exercício do diálogo e do respeito à legitimidade do outro e pela formação de redes de cooperação e governança,(...) É possível o fortalecimento de uma rede social, que, baseada em um projeto de desenvolvimento e na cooperação, poderá promover a melhoria das condições de vida daqueles que estão situados nos segmentos sociais marginalizados ao acesso à renda familiar satisfatória, classificados como economicamente pobres e/ou indigentes. O projeto de governo municipal participativo que se pretende construir com ampla participação popular, terá como base o exercício de participação da sociedade, colocando o cidadão e as comunidades locais como finalidade maior do governo procurando desta forma, criar ambientes de confiança, e cooperação em torno das melhorias sociais, por meio dos conselhos gestores locais e dos pactos de governança.
O que Fogaça pensava em 2008
(...) pela construção de um projeto político-administrativo que leva em conta a complexidade dos atores e suas diferenças, pelo exercício do diálogo e do respeito à legitimidade do outro e pela formação de redes de cooperação e governança. Apenas com esta forma de governar é possível o fortalecimento de uma rede social que, baseada em um projeto de desenvolvimento e na cooperação, poderá promover a melhoria das condições de vida daqueles que estão na base da pirâmide social. O projeto implantado pelo governo Fogaça de associar aos mecanismos de participação popular, anteriormente existentes, às ações de Governança Solidária Local, que muitos resultados já proporcionou aosque mais precisam desta articulação social, está baseado na radicalização da democracia na base da sociedade, colocando o cidadão e as comunidades locais como finalidade maior do governo procurando desta forma, criar ambientes de confiança, união e cooperação em torno de melhorias sociais, por meio dos comitês gestores locais e dos pactos de governança e desenvolvimento local.POSTAGEM DO http://www.jornalbahiaonline.com.br