O Tribunal de Justiça da Bahia e o Ministério Público decidiram se afastar de qualquer tentativa de intermediar uma saída entre a APLB e o governo do Estado diante da agressão, assim entendida, da cúpula do movimento grevista dos professores ao MP. Portanto, o que agora ocorre é que o movimento perde seus rumos e parâmetros de ação. Na prática, os líderes, inclusive o presidente da APLB, Rui Oliveira, aplicam princípios do centralismo democrático que, não raras vezes, primeiro decide que a greve continua para, depois, discutir os pontos que norteiam as negociações que não avançam, porque não querem que avancem. O sindicato prejudica centenas de milhares de alunos e suas famílias que assistem ao ano escoar, enquanto a greve marcha para os 100 dias. De outro modo, age à revelia dos acordos democráticos ou decisões tomadas, como é exemplo não aceitar a decisão do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Marcelo Nilo, para que evacuem o prédio, onde foram acolhidos, mas passaram do limite. Eles recusam fazê-lo em desrespeito ao Legislativo, assim como enfrentam o Ministério Público. O que transparece é que os líderes do movimento, em briga interna com dois outros partidos - e nesse ponto parece residir a teimosia da greve. Os professores merecem receber melhor salário, mas só se paga quando se pode fazê-lo o que, no momento, não é o caso do Estado cuja receita é declinante diante dos problemas que enfrenta. Dentre eles a terrível seca que grassa em dois terços do território baiano onde a população passa terríveis dificuldades e os rebanhos, basicamente de cabras e ovelhas, está sendo impiedosamente dizimado em conseqüência da falta de chuvas.Do BN.