Teóricos apocalípticos preconizavam que quando uma nova tecnologia surgia ela tenderia a substituir as antigas. Mas a História nos provou que as coisas nunca foram da forma teorizada. Por exemplo, o advento da TV não representou o fim do rádio. O máximo que conseguiu foi dar um novo formato, digamos, mais dinâmico, ao tradicionalíssimo e resistente meio de comunicação.
Mas se há algo que não se pode negar é que tecnologias como a internet, além da gradativa popularização de TVs a cabo e por assinatura com suas centenas de canais, estão contribuindo significadamente para que as pessoas leiam cada vez menos. Isso é fato e nem precisa ser um teórico das Comunicações para constatar tal situação.
E já que ninguém lê mesmo, as versões televisivas e cinematográficas de clássicos da literatura jogam por terra a suposta necessidade da fidedignidade em relação aos seus originais. Prova disso foi a gafe cometida pela atriz Juliana Paes ao afirmar que teve que “aprender” a falar com naturalidade o sotaque baiano para interpretar a Gabriela.
Opa, mas segundo o velho Amado, autor do livro, a personagem era uma retirante da seca, vinda do Sergipe. Pois é, talvez ela tenha esquecido as peculiaridades do seu linguajar durante a longa e árdua viagem e, chegando aqui, acabou aprendendo rápido o sotaque sul baiano, que, há de se convir, é mui diferente do que é falado no citado estado nordestino. Haja capacidade de adaptação.Do http://www.agravo.blog.br/