A guilhotina está preparada para decepar o pescoço do eleitor
ilheense, caso não saiba escolher dentre as alternativas das
candidaturas apresentadas, qual delas a mais confiável, a mais
sociável em termos de abertura para discutir com os segmentos
sociais os problemas que afligem a nossa Ilhéus, buscando
conjuntamente as soluções correspondentes, dividindo palmas pelos
acertos e assumindo as culpas, tornando, assim, mais fácil a
reparação dos erros e dos desacertos.
Os segmentos sociais são importantes e fundamentais durante as
campanhas eleitorais, no entanto, após as eleições, sempre ficam
barrados na porta do Palácio, onde um “reizinho” eleito governa
para grupos constituídos por sobrenomes difíceis de pronunciar, que
continuam endeusados e assentados nas confortáveis poltronas no
imaginário dos saudosos e luxuosos palacetes edificados sobre
alicerces dos apodrecidos cacauais, que embora varridos
impiedosamente pela “vassoura de bruxa”, não fizeram enxergar os
seus herdeiros de que a fortuna acabou, mas, para manterem um padrão
que já não lhes pertence, lhes são facilitadas a ocupação de
cargos, sem a devida experiência, sem a maturidade recomendável,
nem o exigível compromisso, principalmente, com as áreas sociais.
Esse tem sido um dos motivos da derrocada do nosso município.
Nada contra nomes nem sobrenomes, desde que competentes e idôneos
para a exercitação dos cargos públicos que lhes são confiados.
Nada contra nomes, nem sobrenomes, desde que compromissados com a
luta em defesa dos interesses da nossa coletividade. Entretanto, como
de costume, não nos ocorre nenhum sobrenome que tivesse empunhado de
frente a bandeira em defesa do intermodal porto sul, única
alternativa surgida nessas duas décadas, capaz de revitalizar a
nossa economia. Com exceção de Nazal Soub, a partir da mudança do
local para a construção do futuro escoadouro. Com exceção de
Nazal Soub, na luta em defesa do nosso território, ameaçado de
invasão pelo comandante do Movimento de Invasores de Municípios –
MIM, o Deputado Coronel Santana. Aliás, Nazal Soub é uma exceção.
Essa é a nossa opinião.
Não mensuraremos nomes de candidatos, para não tornarmos
tendenciosos os nossos comentários. Aqueles que estiveram presentes
nos dias e nas noites desses últimos dois anos, reunindo com os
segmentos sociais, participando e apoiando mutirões, defendendo a
revitalização do Porto do Malhado, a implantação do Porto Sul,
combatendo o aumento abusivo da tarifa do transporte coletivo,
apoiando os interesses dos policiais, dos professores, defendendo os
cursos de qualificação de mão de obra para asseguração dos
empregos em favor da nossa população, que advirão com a instalação
de empreendimentos em razão do intermodal, dentre outras ações,
que se apresentem e se manifestem afirmando acerca das suas atuações
nesses movimentos e em outros que reputem de interesse da nossa
municipalidade. É chegada a hora dos candidatos apresentarem as
suas propostas durante a campanha antecedente às eleições,
baseados no trabalho que vem realizando, para convencer o eleitor com
provas, de que merece a sua confiança. Se é que existe candidato
com esse perfil.
Além de testemunhas, isso são fatos com filmes e fotos. Discursos
não são ações, nem significam presenças. São falácias, são
promessas. Não valem.
Quando a gente relembra da nossa pujança econômica mantida pela
cacauicultura. Quando a gente relembra da nossa derrocada econômica
decorrente da dizimação dos nossos cacauais. Quando a gente reflete
sobre a total ausência política, na busca de alternativas para o
soerguimento da nossa economia. Quando a gente imagina que por mais
de vinte anos estamos vivendo amargura do desemprego, da fome, da
miséria, abandonados, sem que deputados, governadores, senadores,
nem Partidos tenham nos socorrido em nenhum instante. Quando a gente
entende que a solução para tudo isso é política. Quando a gente
se depara com um monte de problemas caseiros em nosso município,
cabendo-nos resolvê-los mediante a indicação de nomes da nossa
confiança interna. Quando a gente, infelizmente constata que a nossa
decisão não tem nenhum valor, não significa nada, porque são os
Partidos, de cima para baixo que inviabilizam e retiram os nomes da
nossa preferência, impondo-nos os nomes das suas conveniências para
se fortalecerem, sem preocupação de contrariar ou não os nossos
interesses, é que concluímos que nunca tivemos um líder, mas
apenas aliados desse sistema estúpido e que não passamos de
inocentes úteis, bois de expia, massa de manobras nas mãos desses
poderosos manipuladores, espécie maligna que deve ser extirpada do
contexto político, para o bem estar da nossa população.
Imaginemos que uma decisão a ser aprovada pelo legislativo em favor
do nosso município, não comungue com os interesses da cúpula de
determinado partido, lá em cima. No mínimo o vereador será
compelido a não se fazer presente à sessão, para não se
comprometer perante a população, mas, favorecer ao seu partido,
prejudicando o nosso município. Ou não é?
Até agora somos como um boi marruá, pois, não conhecemos a força
que temos.
É hora de reagirmos pacifica e eficazmente. Ou seja, façamos um
levantamento de todos os Partidos que decidiram de cima para baixo,
interferindo nas decisões locais e deflagremos uma campanha aberta
para NÃO VOTARMOS EM NENHUM CANDIDATO FILIADO AOS PARTIDOS GOELA
ABAIXO, VEICULANDO SUAS SIGLAS PARTIDÁRIAS.
Somente assim seremos respeitados.
É preciso que avaliemos o perfil, a conduta e as ações praticadas
por cada candidato individualmente, depois, com imparcialidade,
comparemo-lo com cada um dos demais, não se esquecendo de indagar a
si próprio: A qual desses candidatos eu confiaria e outorgaria
poderes para administrar uma empresa, ou uma propriedade minha, ou,
receber os meus salários, ou proventos de aposentadoria?
Enquanto isso...
Vozes, estridentes ecoam e defendem teses soltas, vazias, entoando a
canção do “já ganhou”, nas praças do centro de Ilhéus.
Vozes maneiras, moderadas, subestimadas e sem condições de competir
com a robustez das vozes possantes, estridentes, silenciam , se
calam, ouvem-nas, mas podem não escutá-las e nem se encantar com a
desentoada canção do “já ganhou”, porque preferem e entendem
que a vida é um jogo e a vitória só é certa depois que o jogo
acabar.
A guilhotina está preparada para decepar o pescoço do eleitor
ilheense. Mas, com certeza ele não permitirá o suicídio
consentido, deixando ceifar a sua vontade consciente de votar, e
assim, senão no ideal, pelo menos, entre as opções oferecidas,
escolherá o mais confiável. Por Mirinho.