POR;Caliana Mesquita

;Caliana Mesquita
FEIRA SOCIO CULTURAL

INSTITUTO SOFRÊ FINALIZA SUAS ATIVIDADES DE 2011 EM FESTA

A cidade de Itagiba esteve em festa neste final de semana. Durante dois dias Instituto Sócio Ambiental Sofrê, abriu sua sede para expor aos cidadãos itagibenses as ações realizadas durante todo o ano de 2011. Com muita dança, alegria e musica boa crianças, jovens, adultos e idosos puderam mostrar seus talentos na Feira Sócio Cultural do Instituto.



A feira é uma atividade promovida pelo Programa de Ações Sustentáveis (PAS) que busca desenvolver atividades que integrem a sustentabilidade a uma filosofia de vida, na qual o senso de respeito e responsabilidade sócio ambiental seja primordial. Para a coordenadora do Instituto, Duciane Barreto “a feira é a forma mais completa de podermos mostrar as ações do Instituto para sociedade” explica Duciane.

A feira iniciou no sábado com stands dos programas realizados pelo Instituto, comidas típicas e artesanatos produzidos pela população local, além das apresentações de balé, grupos de dança de pagode e de rua. Garantindo a diversão no final de semana da cidade.



O grupo de idosos que apresentam O Terno de Reis, encantou a noite de abertura do evento, trazendo a dança que é uma tradição portuguesa vinda para o Brasil pelos colonizadores luso-açorianos. A cultura é inspirada na historia bíblica dos Três Reis Magos, e é exposta nas festas de final de ano principalmente no litoral do Brasil e no meio rural. Para o aposentado e acompanhante do Terno de Reis em Itagiba, José Pereira Santos “ poder apresentar o Terno de Reis é muito bom, pois é onde nós, os aposentados, podemos mostrar a nossa cultura” disse José agradecendo ao Instituto em abrir espaço para essa apresentação.

A feira contou ainda com um desfile de moda das estilistas Milena Viana e Vera Lucia Barreto, onde fizeram a diferença apresentando modelos inovadores e sustentáveis com papel de revista, jornal e sacos plásticos. Mostrando formas alternativas de moda que se adaptam aos atuais problemas ambientais do mundo e evidenciando as formas a serem utilizadas para melhorar a qualidade de vida do meio ambiente.
O desfile alem de mostrar os modelos, ambientalmente corretos, conseguiu despertar em Ana Carolina, 9 anos, a vontade de seguir a carreira de modelo. “É a primeira vez que desfilo e quero ser modelo quando crescer”, disse Ana empolgada com a oportunidade de mostrar que tem jeito para a profissão através do Instituto Sofrê.

O Instituto Sofrê foi criado em 2006 com a finalidade de levar para a cidade de Itagiba um apoio sócio ambiental visando a ampliação das expectativas de desenvolvimento humano da comunidade. Desde 2008 a instituição é financeiramente apoiada pela Mirabella Mineração, a qual vem investindo na região de Itagiba devido sua proximidade com a mina de níquel Santa Rita de propriedade da mineradora.

Solidariedade não é presente de Natal.

Por Caliana Mesquita



Na época de Natal o espírito de solidariedade parece fluir no coração e na consciência de milhares de pessoas. Campanhas para doações de brinquedos, roupas, comidas crescem de forma alarmante. Uma nobre forma de amenizar o problema da fome, da miséria e da tristeza de uma criança, que durante 365 dias, desconhece a existência Deus e que vê, em um único gesto de alguém desconhecido, sua fé e esperança ganharem ares e formas, para esperar e acreditar que, no próximo ano, tudo será diferente.

A responsabilidade de acabar com a miséria e a pobreza de uma sociedade não é exclusiva nem do governo, nem da sociedade, nem da família e tão pouco do próprio indivíduo. Todos, sem exceção, acarretam a mesma responsabilidade.



O governo não nos fornece políticas publicas para erradicar a pobreza. Mas ela, a pobreza, é uma conseqüência social, só existe pobre por que existe rico. Se a família não nos fornecer subsídios para sermos alguém na vida, como poderemos sair da pobreza? Isso só depende de nós, que somos os responsáveis pelo nosso próprio destino. Mas o destino não é traçado por Deus?

Estas afirmações e questionamentos foram durante séculos trabalhados na mente do ser humano. A lógica é que, a depender do lado que se esteja, uma destas alternativas será menos ou mais aceita. O fato é que enquanto a sociedade – como um todo- discute sobre de quem é a responsabilidade dos problemas do mundo, milhões de crianças estão perdendo a magia de acreditar que Papai Noel existe.




O formato mais notório de solidariedade é a abertura de Organizações Não Governamentais (ONG). No Brasil dados expostos pelo Tribunal de Contas da União (TCU) apontaram que existem 22 mil ONGs espalhadas pelo país. Só em 2010, estas ONGs receberam R$3,5 bilhões, apenas 15 destas instituições receberam R$800 milhões.

Se analisarmos friamente, sem paixão ou repudio político, perceberemos que o país tem recursos destinados ao apoio de ações de filantropia, e que estes são repassados. A pergunta é: para quais instituições? Sobre quais avaliações? E principalmente, quem são os donos destas instituições? Uma instituição que abre suas portas para a solidariedade tornasse o alvo ou “álibi” mais oportuno para se consolidar a corrupção no país. A existência de um número tão gigantesco de ONGs é uma prova solida de que faltam políticas publicas menos paliativas e mais efetivas no país.



O fato é que não se alimenta o sonho de uma criança com um prato de comida nem tão pouco com um brinquedo na noite de Natal. A vida é muito mais complexa em seu dia a dia. Se a sociedade quer de fato mostrar que tem seu espírito de solidariedade vivo dentro de si, é hora de despertar sua consciência política, escolhendo novos representantes; cuidando da educação dos seus filhos; abraçando causas importantes, mas não deixando que elas permaneçam como causas mas que se solidifiquem eliminado assim as consequência.

A sociedade não pode deixar que a solidariedade se torne meramente um instrumento psicológico de uma burguesia, que ignora a pobreza, mais por precisar da existência dela para acender ao status de nobreza brinca com a fantasia de uma criança, fazendo- a acreditar em sonhos de papel. Uma sociedade solidaria é aquela que é capaz de fazer as novas gerações acreditarem que todo dia é dia de Papai Noel.