ESSA DUROU UM SÉCULO PRA ACONTECER.E A OUTRA?

Inaugura��o da Ponte Lomanto J�nior

A inaugura��o da ponte Lomanto J�nior, na cidade de Ilh�us, ligando a 'ilha' ao continente, ocorreu em 15 de agosto de 1966. No dia 03 de setembro do mesmo ano, uma reportagem completa foi publicada nas p�ginas 70 e 71, da revista Manchete, edi��o n� 750.

Durante 38 anos, at� 25 de janeiro de 2005, essa 'rel�quia' foi guardada por Dr. Ariston Cardoso. Exatamente dois anos ap�s a morte do ex-prefeito, chegou �s minhas m�os esse presente atrav�s de Dr. Neuza Nascimento e Gilmar Assun��o. Com todo carinho agrade�o e reparto com aqueles que desejarem conhecer um pouco a nossa hist�ria.

Ao lado do Governador Lomanto J�nior, o Presidente Castelo Branco corta a fita, inaugurando a ponte.

Atendendo a uma reivindica��o de mais de um s�culo,

o Governador Lomanto J�nior entregou aos ilheenses
uma obra decisiva para o sul da Bahia.

A PONTE DA ESPERAN�A

"Construam-me uma ponte para o Catete e eu construirei a Ponte Ilh�us-Pontal." Com esta promessa feita em pra�a p�blica, em 1950, quando visitou pela primeira vez a rica regi�o cacaueira do sul da Bahia o candidato Get�lio Vargas ali assegurou cerrada vota��o para o seu nome. Mas, eleito presidente da Rep�blica, n�o p�de cumpri-la. Outros governantes, antes dele, acenaram aos ilheenses com a perspectiva da constru��o da ponte. O primeiro foi o Imperador D. Pedro II, quando de uma visita a Salvador, onde recebeu uma comiss�o de moradores daquela cidade. O �ltimo, mais de um s�culo depois, foi o Governador Lomanto J�nior. Na semana passada, pondo fim a uma �poca de atraso e inaugurando outra de desenvolvimento acelerado, entregou aos habitantes de Ilh�us e de toda a zona do cacau uma moderna ponte de concreto protendido, com 330 metros de comprimento, constru�da no prazo recorde de sete meses pela Construtora Norberto Odebrecht. A obra resultou de um conv�nio entre o Departamento de Estradas e Rodagens da Bahia (DERBA), �rg�o do Governo estadual, e o Departamento Nacional de Portos e Vias Naveg�veis, do Minist�rio de Via��o e Obras.

A inaugura��o da ponte teve lugar na presen�a do Presidente Castelo Branco, do Ministro Juarez T�vora e de milhares de pessoas vindas de todo o estado e de Minas, S�o Paulo e Guanabara. Coube ao chefe da na��o cortar a fita simb�lica com uma tesoura de ouro oferecida pelos cacauicultores locais. Em seguida, recebeu o t�tulo de Cidad�o de Ilh�us que lhe f�ra conferido pela C�mara de Vereadores. O engenheiro Franz Gedeon, diretor-geral do DERBA, frisou em seu discurso a extraordin�ria significa��o que a ponte tem para a regi�o. Ela integra a rodovia BR-251, que permitir� a Ilh�us voltar-se, tamb�m, para o Sul e irradiar sua influ�ncia pelo hinterland compreendido entre a estrada BR-101 (Rio-Bahia pela costa) e o litoral, desde Oliven�a at� Canavieiras, Belmonte e Una, onde se concentram grandes planta��es de seringueira, a nova riqueza local. Gra�as � ponte, com a conclus�o da BA-1 a cidade de Ilh�us passar� n�o a ser apenas terminal de estrada, mas entroncamento rodovi�rio. Ela facilitar� o acesso ao novo porto do Malhado, cujo primeiro pier foi tamb�m inaugurado na ocasi�o e por onde se escoar�, doravante, a safra cacaueira baiana, com grande redu��o nos custos de embarque. At� ent�o, essa opera��o era feira em alvarengas de madeira pertencentes a uma empresa privada, processo lento e oneroso, ou ent�o pelo porto de Salvador, distante quase 500 quil�metros. A ponte liga, ainda, o porto e a cidade de Ilh�us ao aeroporto local, que fica em Pontal, na outra margem do rio Cachoeira. Os custos totais da obra ascenderam a 1.425.000.000, dos quais o DERBA contribuiu com 1 bilh�o e duzentos milh�es e o DNPVN com 225 milh�es de cruzeiros. Trata-se da maior ponte j� constru�da pelo Governo do Estado.

Impressionado com a vibra��o popular dos habitantes de Ilh�us, ao receber a ponte, o Presidente Castelo Branco, ao despedir-se, disse ao Governador Lomanto J�nior: "Agrade�o, comovido, o gesto de V.Exa., que dividiu comigo a maior festa popular que o meu governo assistiu."

Manchete, n� 750, de 03 de setembro de 1966