por Marcelino Galo
O consumo de pescado no Brasil ainda é pequeno se comparado ao tamanho da área oceânica e de rios do país. É preciso desfrutar mais dos alimentos que essas águas oferecem. Para isso, é fundamental frisar a importância de um setor de pesca mais organizado e estruturado, com acompanhamento técnico e fomento para a comercialização dos pescados e dos seus derivados. Recentemente indiquei aqui para a Bahia um projeto de lei que sugere a inclusão do peixe, um dos produtos da pesca, na alimentação escolar, por considerar ser um dos elementos mais importantes para a proteção e promoção da saúde com segurança alimentar.
O peixe incluído na alimentação escolar torna mais saudável a refeição oferecida aos estudantes, além de dinamizar a economia nas comunidades pesqueiras e aquícolas através da aquisição de produtos da pesca artesanal e da aquicultura familiar. O Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) tem feito um trabalho de pesquisa que visa identificar em todas as secretarias municipais de Educação do país os municípios que ofereceram pescado no cardápio escolar da rede pública de ensino no ano de 2009 e 2010.
Segundo informações do órgão, de 5.565 municípios cadastrados, foram recebidos, até o presente momento, 1.718 formulários preenchidos. Dentre os municípios que responderam a pesquisa, apenas 27% relataram possuir pescado na alimentação escolar. Os dados apresentados nos mostra um número muito aquém do esperado, uma vez que a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO/OMS) recomenda a ingestão de 12kg/per-capita/ano de pescado, o que equivale a 230g por semana, como parte de uma alimentação saudável para adultos.
A quantidade ideal de pescado para crianças seria de 100g ou duas porções de 50g por semana. Sendo assim, conclui-se que a inclusão do pescado na alimentação escolar pode ser definida pela frequência de consumo de duas vezes por semana.
MPA no Nordeste
Na região Nordeste, os dados do MPA apontam para apenas 13% dos alunos sendo beneficiados com o peixe no cardápio escolar. Neste mês de setembro, apresentei à Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), com disse anteriormente, por meio do Projeto de Lei nº 19.463/2011, a inclusão do alimento nas escolas do nosso Estado. Esse projeto está em tramitação na casa e passará pela Comissão de Agricultura e Política Rural para ser analisado e, posteriormente, aprovado pelos parlamentares.
Sem dúvida, a inclusão do peixe na alimentação escolar contribui significativamente para movimentar a economia, além de ajudar no desenvolvimento físico e mental do estudante, por ser um alimento nobre e de alto valor nutritivo, que traz benefícios aos jovens e estimula a produção e a comercialização.
De acordo com o projeto, todas as escolas estaduais e municipais deverão oferecer peixe na merenda escolar duas vezes por semana. A justificativa baseia-se na medida provisória nº 2.178-36 de 24 de agosto de 2001, que evidencia a preocupação, em consonância com os princípios constitucionais, com a qualidade dos alimentos oferecidos aos estudantes, assim como com o estímulo ao consumo de alimentos produzidos na região.
Dados da Bahia
Salvador é a cidade que mais consome peixe no Brasil e a Bahia tem a maior costa litorânea do país. Apesar disso, o estado está em terceiro lugar na produção nacional de pescados, com 121 mil toneladas por ano. Os dados levantados apontam para a maioria do pescado consumido pelos baianos vindo de outros estados, o que não se justifica, tendo em vista o tamanho do nosso litoral e a nossa frota de pescadores artesanais. Movimentar esse ramo da economia causaria um grande acréscimo na nossa produção e os pequenos produtores locais poderiam incluir outros brasileiros na atividade pesqueira, promovendo a inclusão social com segurança alimentar.
Discutir uma política do MPA para a Bahia é também um ponto fundamental para a organização do setor pesqueiro no estado, e, nesse sentido, estou articulando junto ao MPA e ao Governo do Estado uma ação que trate da cadeia produtiva e do ordenamento e regramento dos recursos pesqueiros, além de uma política para a aquicultura, com assistência técnica para a pesca e licenciamento de projetos de aquicultura. Essas e outras ações, que beneficiem os pescadores e pescadoras, serão encaminhadas para a Bahia avançar e brigar para ser o maior produtor de pescado do país, com ordenamento ambiental, licenças de espécies e sempre respeitando os limites da natureza.
ARTIGO PÚBLICADO NO SITE BAHIA NOTICIAS.
*Marcelino Galo é agrônomo, foi superintendente do Ministério da Pesca e Aquicultura entre 2008 e 2010 e atualmente é deputado estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT).
O peixe incluído na alimentação escolar torna mais saudável a refeição oferecida aos estudantes, além de dinamizar a economia nas comunidades pesqueiras e aquícolas através da aquisição de produtos da pesca artesanal e da aquicultura familiar. O Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) tem feito um trabalho de pesquisa que visa identificar em todas as secretarias municipais de Educação do país os municípios que ofereceram pescado no cardápio escolar da rede pública de ensino no ano de 2009 e 2010.
Segundo informações do órgão, de 5.565 municípios cadastrados, foram recebidos, até o presente momento, 1.718 formulários preenchidos. Dentre os municípios que responderam a pesquisa, apenas 27% relataram possuir pescado na alimentação escolar. Os dados apresentados nos mostra um número muito aquém do esperado, uma vez que a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO/OMS) recomenda a ingestão de 12kg/per-capita/ano de pescado, o que equivale a 230g por semana, como parte de uma alimentação saudável para adultos.
A quantidade ideal de pescado para crianças seria de 100g ou duas porções de 50g por semana. Sendo assim, conclui-se que a inclusão do pescado na alimentação escolar pode ser definida pela frequência de consumo de duas vezes por semana.
MPA no Nordeste
Na região Nordeste, os dados do MPA apontam para apenas 13% dos alunos sendo beneficiados com o peixe no cardápio escolar. Neste mês de setembro, apresentei à Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), com disse anteriormente, por meio do Projeto de Lei nº 19.463/2011, a inclusão do alimento nas escolas do nosso Estado. Esse projeto está em tramitação na casa e passará pela Comissão de Agricultura e Política Rural para ser analisado e, posteriormente, aprovado pelos parlamentares.
Sem dúvida, a inclusão do peixe na alimentação escolar contribui significativamente para movimentar a economia, além de ajudar no desenvolvimento físico e mental do estudante, por ser um alimento nobre e de alto valor nutritivo, que traz benefícios aos jovens e estimula a produção e a comercialização.
De acordo com o projeto, todas as escolas estaduais e municipais deverão oferecer peixe na merenda escolar duas vezes por semana. A justificativa baseia-se na medida provisória nº 2.178-36 de 24 de agosto de 2001, que evidencia a preocupação, em consonância com os princípios constitucionais, com a qualidade dos alimentos oferecidos aos estudantes, assim como com o estímulo ao consumo de alimentos produzidos na região.
Dados da Bahia
Salvador é a cidade que mais consome peixe no Brasil e a Bahia tem a maior costa litorânea do país. Apesar disso, o estado está em terceiro lugar na produção nacional de pescados, com 121 mil toneladas por ano. Os dados levantados apontam para a maioria do pescado consumido pelos baianos vindo de outros estados, o que não se justifica, tendo em vista o tamanho do nosso litoral e a nossa frota de pescadores artesanais. Movimentar esse ramo da economia causaria um grande acréscimo na nossa produção e os pequenos produtores locais poderiam incluir outros brasileiros na atividade pesqueira, promovendo a inclusão social com segurança alimentar.
Discutir uma política do MPA para a Bahia é também um ponto fundamental para a organização do setor pesqueiro no estado, e, nesse sentido, estou articulando junto ao MPA e ao Governo do Estado uma ação que trate da cadeia produtiva e do ordenamento e regramento dos recursos pesqueiros, além de uma política para a aquicultura, com assistência técnica para a pesca e licenciamento de projetos de aquicultura. Essas e outras ações, que beneficiem os pescadores e pescadoras, serão encaminhadas para a Bahia avançar e brigar para ser o maior produtor de pescado do país, com ordenamento ambiental, licenças de espécies e sempre respeitando os limites da natureza.
ARTIGO PÚBLICADO NO SITE BAHIA NOTICIAS.
*Marcelino Galo é agrônomo, foi superintendente do Ministério da Pesca e Aquicultura entre 2008 e 2010 e atualmente é deputado estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT).