O vento que soprou como vendaval, agora tem força de quase brisa, mas, de forma ainda a confundir a sua direção que não se pode definir. A poeira quase assentada nos chama a fazer uma reflexão dos estragos e, principalmente sobre os cacos que voaram nos atos e atitudes no final da semana passada e a probabilidade de como juntá-los, quem deve juntá-los e com quem juntá-los, doravante.
Se Mário Alexandre, na interinidade do Executivo Municipal tivesse praticado o ato exoneratório longe da influência do PSB, independente de quem fossem os exonerados, a repercussão do seu ato teria sido interpretada de outra forma que não a de traição. Mas, parece que aquela foi a sua única oportunidade de agir. E agiu.
Houve “rizingas”, “estremiliques”, “não me toques”. Dizem que até o mais valente dos homens chorou para ficar, mas não ficou. No final, verdades foram ditas por responsabilidades não assumidas, trocas de acusação do que deveria ter sido feito, lamúrias, lamentos,..., separação.
Desabrigado do pombal de Lídice da Mata, o prefeito Newton Lima encontrou agasalho na casa da Estrela Vermelha, que não lhe deu somente teto, mas o registrou e o abraçou como da família. Em contrapartida a Casa Estrelada ganhou, por adoção, o primeiro prefeito da sua existência e assumiu a gestão do Município.
Como não temos vocação, nem somos a sacerdotisa do oráculo de Delfos – Pitonisa - que tinha o dom da adivinhação, a cautela nos recomenda trégua quanto às ações a serem desenvolvidas pelo PT, pelo menos até o final de outubro
Alguém disse que pior do que estava não ficará. Concordamos.
Sob a alegação de que o PC do B não tinha representante no Legislativo Municipal, o “Pombo Rei”, na época do seu auge, propôs aos comunistas que aguardasse a sua reforma administrativa e o conseqüente rebaixamento da Secretaria de Esportes em uma Superintendência, oferecendo-a a direção. Não enxergou o “Pombo Rei” que O Ministro dos Esportes, o Secretário Estadual dos Esportes eram comunistas, além de três deputados estaduais e dois federais, o que facilitaria a aprovação de projetos que beneficiariam principalmente crianças, adolescentes e jovens das comunidades periféricas, sobretudo as mais carentes. Os comunistas não aceitaram o convite. E nem poderia.
A estrela vermelha ainda não alumiou mais que uma simples lamparina na administração da Saúde, inclusive, o vereador Carqueija fez que foi, mas não foi. Desistiu da missão de curar a doença crônica que tem levado a Saúde de Ilhéus à UTI. O PC do B foi convidado para essa tarefa quase que “kamikasiana” e não aceitou, é óbvio. “Laranja madura, na beira da estrada, tá bichada, ô Zé, ou, tem marimbondo no pé”. Com uma receita maior que a de um município do porte de Una, Canavieiras, Uruçuca, se a solução para a Secretaria de Saúde fosse política, o PT não ofereceria a ninguém, ficava. Aliás, Carqueija já a teria assumido. É engodo.
Se o PT quiser transparência na Saúde, dê liberdade e autonomia a Uildson, enfrente os problemas e depois de saneada a Pasta substitua-o por quem quiser.
Analisando o quadro político atual, o PSD é um Partido, ao qual o PT terá de pedir a benção, se quiser aprovar os projetos do Executivo, sem problemas. Para isso, o comando da estrela vermelha deverá ser hábil e funcionar ora, como um anti-inflamatório para amenizar as dores das recentes feridas abertas no grupo do Vice-Prefeito Mário Alexandre e, ora como cicatrizante, para que as feridas sejam cicatrizadas em tempo recorde. E para ficar tudo como “dantes no quartel de Abrantes”, uma conversinha aqui, outra ali, uma vantagem acolá. Um cargo daqui e outro, ..... Psiu!.........(segredo), dacolá.
Ainda, do ponto de vista do quadro político atual, se o PT com três vereadores – Carmelita, Carqueija e Rafael - e o PSD com mais três Vereadores – Dinho Gás, Bel e Tarciso Paixão – podendo contar com Aldemir Almeida, não por ideologia, mas pelos laços que o une ao vice-governador Otto Alencar, se aliarem, sem considerar que a depender da importância da matéria a ser votada seja oferecida a vantagem de uma importância correspondente, O PT governará com o apoio da maioria do Legislativo. O toma-lá-dá-cá será sempre o instrumento de paz entre os dois Poderes. Infelizmente esse é o remédio.
O PRB tem conversado com todos os partidos, exceto o PP e não depende de imposição de cima para abaixo, como condição de decidir na base Ilhéus e tem como pré-candidato Dr. Ruy Carlos. O PMDB com CACÁ COLHCÕES, é tido como oposição, mas isso em razão de uma briguinha de quintal entre o governador Jaques Wagner e Gedeel Vieira, que nada tem a ver com a nossa realidade. Se o PMDB é o partido do Vice-Presidente da República e a segunda maior bancada de sustentação do governo Dilma Roussef a nível nacional, por que excluir o PMDB da base de Ilhéus, considerando que as pessoas que ora o compõe são cidadãos ilheenses sem máculas? O PSD terá como pré-candidato a prefeito o atual Vice Mário Alexandre e a sua importância na mesa de negociação é indiscutível. O PC do B apresentou o seu pré-candidato a prefeito, o Professor e Procurador Federal Israel Nunes, um nome realmente novo, que poderá surpreender, quando da apresentação e discussão do projeto político e administrativo do Partido para o Município, na peregrinação junto aos sindicatos, comunidades de bairro e demais segmentos sociais, conforme já anunciaram os comunistas.
O PSB/ILHEUS só tem a casca e se for verídica a noticia que Aldemir Almeida se filiará ao PSD, quem o representará? Há quem diga que Alcides Kruschewsky não será candidato à reeleição e se for, será que conseguiria aglutinar forças e novos filiados que somem votos necessários para eleger um vereador? Pode não ser impossível, mas é quase impossível se reestruturar o PSB para concorrer ao próximo pleito. Portanto, Os “Pombos” levarão para os aliados a sua sigla e um discurso antigo, desbotado e repetitivo consistente em ter como seu fundador, João Mangabeira e no seu quadro atual a Senadora Lídice da Mata” o que até agora nada trouxe de producente para a nossa Ilhéus.
O PT agora deverá ter habilidade para conduzir o Município, sem alardes, sem arrogâncias, sem a propaganda de que o governo Wagner vai fazer e acontecer. O povo está atento, mesmo porque o governador se esqueceu da gente. É incontestável. Indefensável. É melhor praticar ações simples, atacando os problemas de frente, sem mentiras, nem exageros e com muita transparência. Por enquanto, não é hora de atirarmos pedras na nova equipe, embora a desesperança tome conta de nós, mas, quem sabe se o impossível pode acontecer?
As primeiras linhas já foram traçadas. Vamos aguardar a conclusão do desenho. O resultado não tardará. Esse será o limite da nossa trégua.
Se a estrela vermelha não cuidar de juntar os cacos da base, não administrar com competência e habilidade o ônus assumido com a adoção do prefeito, sem estrelismo, nem prepotência, com certeza não fará o seu prefeito natural, principalmente se ao invés de ouvir, olvidar o que os partidos da base têm dito: “diz-me com quem andas e dir-te-ei que és”.
Resta ao PT escolher: Ou, alumiar com luz de uma estrela, ou não passar da centelha de um “cotôco” de vela. O Recado está dado.