ANIVERSARIO DE 60 anos do Cardiologista Ilhense radicado em Brasilia Dr. Jose sobral neto, Ilheus foi tema do aniversario

Quando escolhi Ilhéus como tema dos meus 60 anos,  não foi só pensando em homenagear minha cidade natal, onde vivi maravilhosos  anos da minha vida: minha infância e minha adolescência. Na realidade queria homenagear meus professores de História, minha tia Clotildes e o prof. Leopoldo. Devo a eles o gosto pela Historia e queria contar um pouco do que aprendi com eles.  O cenário: O século XVI com a implantação do sistema de capitanias hereditárias no Brasil. Surgia a capitania de são Jorge dos Ilhéus que compreendia a uma faixa de terra entre o oceano atlântico e a linha de Tordesilhas, que passava a 60 km de Brasília. Seu donatário Jorge Figueiredo Correa ordenou a ocupação e a fundação do primeiro vilarejo em 1536. Houve reação dos índios tupinambás, guerreiros, que demorou a serem dizimados e retardou o progresso da região. A cana de açúcar já era a riqueza do Brasil da época não conseguia  prosperar na Capitania de Ilhéus. O fim das capitanias foi decretado com o sistema de Governo Geral e implantação das províncias. Mas foi somente com a transferência da capital do Brasil de  Salvador para o Rio de Janeiro em 1760 que Ilhéus e Porto Seguro foram incorporadas ao que hoje chamamos estado da Bahia. Ilhéus somente conheceu prosperidade com a cultura do cacau na década de 30, mas a beleza de sua natureza, com suas praias, construções históricas, sua culinária e seu povo  hospitaleiro atraiu o turismo para a região conhecida hoje como Costa do Cacau. Além do cacau e do chocolate Ilhéus projetou à nação Jorge Amado e a beleza morena de Gabriela. Na década de 70 cheguei  a Brasília para fazer residência médica  no Hospital de Base. Naquela época ainda era forte o sentimento dos goianos de perda do seu território para Brasília. Muitos me abordava perguntando o que eu tinha vindo fazer no Goiás, que era pra eu voltar , que não cabia mais gente no Goiás. Foi ai que percebi uma ingratidão histórica. O Brasil não tem memória. Muitos fatos históricos foram omitidos ou manipulados com o intuito de se formar uma identidade nacional. Pensei: estes caras estão me fazendo sentir forasteiro, estrangeiro no meu próprio território. Sim, porque se vocês  sobreporem os mapas dos século XVI com o do século XXi verão que o Distrito Federal, oeste de Goiás e norte de MG estão em terras da antiga Capitania. Fois assim que aprendi com o Prof. Leopoldo, quando me dizia: Zequinha nós não saimos de Ilhéus. Apenas interiorizamos. E é isto que eu queria que todos soubessem: Nasci em Ilhéus e estou comemorando meus 60 anos em terras da Capitania de são Jorge dos Ilhéus. Este é o motivo da festa ser embelezada com os símbolos da capitania, suas armas, sua bandeira, suas cores, cuja inspiração foi buscada no brasão do seu primeiro donatário.   Vocês estão em terras da Capitania de São Jorge dos Ilhéus.  Talvez por isto, é que me identifiquei com Brasilia assim que aqui cheguei. Sinto-me em casa. Visitem o mural da entrada e conheçam um pouco da Ilhéus de Hoje.  E para animar nossa festa, com vocês a Banda Capim Cereja.