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Josias admite disputar preferência do PT para candidatura a prefeito de Ilhéus


Josias Gomes

Crédito: JBO
Exclusivo. O deputado federal Josias Gomes (PT-Ba) admitiu na noite desta segunda-feira (05), ao conceder uma entrevista ao Jornal Bahia Online para falar sobre a sucessão municipal em Ilhéus, que está disposto a ser o indicado pela sigla para disputar o comando do Palácio Paranaguá na sucessão do prefeito Newton Lima. Mas salientou que não pretende criar uma disputa que venha prejudicar o partido e, caso não haja entendimento e unidade pela construção da sua candidatura, ele abrirá mão da indicação. Josias deu até prazo para a construção do seu nome rumo ao Palácio Paranaguá. "A rigor a discussão tem que tomar corpo até meados do mês que vem (outubro)", afirmou por telefone.
No início deste ano, após a sua expressiva votação em Ilhéus, Josias Gomes começou a ter o seu nome cogitado como alternativa petista para a Prefeitura de Ilhéus. De início ele descartou qualquer possibilidade, alegando que havia sido eleito com os votos de mais de 80 municípios da Bahia e tinha compromissos de representá-los em Brasília. Com isso, nomes como os dos vereadores Paulo Carqueija, Carmelita Ângela e Alisson Mendonça, começaram a ser ensaiados para a disputa em Ilhéus. Nas últimas semanas, os comentários de bastidores da política local já davam como certo que, pela primeira vez, o PT de Ilhéus partiria para o consenso, com a indicação de Alisson para encabeçar a disputa.
No entanto, fala-se que enquanto os petistas tupiniquins defendiam a tese da candidatura própria, lideranças da sigla em Salvador trabalhavam para que o PT viesse a apoiar a candidatura do ex-prefeito e secretário geral do Partido Progressista (PP), Jabes Ribeiro. Fontes do Palácio de Ondina revelaram ao JBO que uma pesquisa de opinião pública que circulou no último final de semana pelas mãos de políticos influentes do estado foi o fiel da balança. Mostrou que os personagens que até o momento se apresentaram para a disputa não teriam a menor chance de vencer o pleito caso a eleição fosse hoje.
Nesta segunda, Josias desembarcou em Ilhéus e a expectativa era de que ele se posicionasse a respeito da celeuma. O PT deveria ter candidato próprio ou apoiar Jabes? Ele, surpreendentemente, respondeu o que ninguém mais esperava: "candidato próprio. E se possível, eu". Atualmente, o domicílio eleitoral de Josias Gomes é o município de Itabuna mas, já nos próximos dias, ele pretende fazer a mudança. No PT estadual, Josias não coaduna com as mesmas idéias e propostas de Geraldo Simões, deputado federal que apoia a candidatura de Alisson Mendonça, e, o anúncio da sua candidatura, por mais pacifista que queira mostrar, deve atear fogo entre as duas correntes que têm força na região.
Ouvido pela reportagem, Alisson confirmou que foi procurado por Josias nesta segunda-feira e informado sobre a sua vontade de ser o indicado. "O que não entendo é que estão agora defendendo a necessidade de uma unidade que, entre nós mesmos, já estava definida", reagiu com uma certa ironia. "O quadro eleitoral não pode ser tratado de uma forma amadora. Uma candidatura precisa ser definida a partir de um conjunto de fatos", explicou Josias Gomes, lembrando que, enquanto alguns pré-candidatos da base aliada alardeiam o apoio do governador, Jaques Wagner, até o momento, só demonstrou claramente apoio a dois aliados: em Salvador e Feira de Santana. "Tudo pode acontecer nas demais cidades de grande porte do estado", sentenciou Josias Gomes.
O certo é que a polêmica deve render novos debates nos próximos dias. O PT, aquele partido que jamais esteve unido em torno de um único nome e que para quem acompanhava mais de perto o seu comportamento nas últimas semanas parecia ter perdido a sua própria personalidade em Ilhéus, volta a ser aquela mesma sigla que, em muitas outras eleições, mostrou que o seu principal adversário nas urnas sempre terminou sendo ele próprio.


Josias Gomes

Crédito: JBO