Em 1901, treze anos após a abolição da escravatura, nasceu na região do Recôncavo da Bahia, Maria do São Pedro. Hoje, 110 anos depois, ela representa a prova viva de todas as transformações que nossa sociedade atravessou tanto no avanço das novas tecnologias quanto na luta contra o preconceito racial.
Moradora da Jabequara, distrito de São Francisco do Conde, Dona São Pedro, como é conhecida, teve seis filhos, todos vivos, sendo que sua filha mais velha tem 89 anos. “Ela mora sozinha e é conhecida em toda a comunidade. Todo mundo fica encantado quando vê sua alegria. Dona São Pedro faz tudo sozinha: assiste novela, conversa, ouve música. É o exemplo de todos aqui”, afirmou Rosilene Silva, vizinha da centenária.
Dona Maria é também uma das mais antigas no grupo da terceira idade do Centro de Convivência do Idoso. Ela participa do coral e de atividades de educação física. “Dona São Pedro nunca falta a uma atividade do grupo. Ela só não quis ser alfabetizada porque dizia que sua cabeça começava a doer quando assistia às aulas, contou Daoana Sales, Gerente de Atenção ao Idoso. Para comemorar o centenário, o Centro de Convivência realizará na próxima quarta-feira (10) o aniversário de Dona São Pedro no Mercado Cultural, às 10 horas.Os registros apontam que Maria do São Pedro é a pessoa mais velha do município, aliás, tem mais anos que a própria cidade, que foi emancipada em 1938. Ela contou, inclusive, que nem sabe ao certo quantos netos tem. “São muitos, quatro gerações. Acho que são mais de 100 pessoas. O importante é que eu gosto muito de viver”, afirmou a idosa.
Mulher, negra, viúva, trabalhadora rural, aposentada, mãe, avó, bisavó, tataravó, tetravó, cantora de coral e finalmente feliz. Essa é a história de uma das mulheres mais velhas do Brasil: Dona Maria do São Pedro.
Fonte: ASCOM/PMSFC;DIRETO DO BLOG;O RECÔCAVO