POLÍTICA NÃO É SO ESTRATÉGIA E ALIANÇA DE BALEIRO NÃO VALIDA CASAMENTO
Não acredito que o governador Jaques Wagner abandone o amor antigo DOS TRÊS AMIGOS – PT/PSB/PC do B – gerado, nutrido e crescido em meio a inúmeras dificuldades, tendo sobrevivido a muitas intemperies ao longo dos anos, pelo amor fugaz de um camaleão.
Mas, há quem diga que política é a arte de enganar e que os políticos não usam nem da ética, nem da lógica, nem do bom senso e dela tudo pode acontecer. Concordo quase que com a plenitude desse pensamento, mas recuo e paro na mínima probabilidade de que até a loucura tem seus limites. Ninguém é mais louco, do que permite a sua capacidade orgânica de ser louco. Uns são mais, outros menos, porém, nunca se pode ser mais louco do que o seu organismo pode suportar. Senão morre. “Escafedece-se”. Passa a céu, se merecer. Caso contrário vai morar um bom tempo na rua do fogo eterno, nº 666, Casa da Besta Fera, locada ao Sr. “Cramunhão”. “Vade retro”.
Venhamos e convenhamos que o PP/ILHÉUS contribuiu para com a vitória de JW. E daí? Se formos analisar o custo benefício, constataremos que o PP tem sido contemplado numa proporção diretamente vantajosa em relação a sua colaboração. O SAC, A BIOFÁBRICA, A BAHIAPESCA, O DETRAN, A EBDA, dentre outros cargos de iguais e de menores relevâncias.
A leitura que faço desse episódio me traz o entendimento de que a cota destinada ao PP pelo governo JW, diga-se de passagem, bastante vitaminada, é bem maior que a dos demais partidos da base, razão pela qual, lá na frente, o governador não se vê obrigado, em detrimento dos seus co-irmãos históricos, nem dos demais aliados, empurrar “goela abaixo”, do eleitor ilheense, um candidato camaleão. O trabalho está sendo pago e bem pago. O PP está sendo tratado a pão-de-ló. Caviar? Não seria pretender mais que o merecido? E No caso inverso, será que o PP seria tão condescendente com o PT?
A convicção da robustez do PP está nitidamente demonstrada nas manifestações do seu Secretário quando se recusa aceitar como seus aliados, aqueles que estão fazendo parte do governo Newton Lima. Se bem entendo, o PT é um dos fortes integrantes do atual governo municipal. Mas, se bem entendi, o PP com essa manifestação estaria dispensando antecipadamente o apoio do PT nas eleições 2012?
Nesse cenário tem-se por certo que o PP está ocupando o espaço da Deputada Ângela. Segundo comentam as más línguas, essa ocupação é uma resposta às duas velas que o grupo da deputada acendeu nas eleições passadas. Uma para Paulo Souto e outra para JW. É como diz o adágio popular: “matar dois coelhos com uma só cajadada”. Ou seja, engorda o PP com cargos importantes descomprometendo-se apoiar um dos seus filiados como candidato ao executivo municipal, enquanto destrona o grupo da deputada, enfraquecendo-o, mas, sem descartá-lo, salvo se esse grupo se rebelar. Na hipótese de uma rebelião, qual seria o futuro político do PSC? – Uma incógnita. Nesse caso é melhor sofrer aliado, do que separar-se sem direito a nada. Uma jogada de mestre de JW.
Mas, quem será o candidato de JW ao Palácio Paranaguá nas eleições 2012? O PT sabe que aliar-se ao PP será o seu decreto de morte, principalmente, porque, o Secretário deste, reiteradamente tem descartado o apoio daquele por fazer parte do governo Newton Lima. Também, o PT não tem nos seus quadros um candidato, até agora, que cause os suspiros de um amor eleitoral aos ilheenses. Sorte melhor não tem o PSB, pois está longe de dispor de um candidato, além do seu quadro está deprimidamente esfacelado e Magno Lavigne, embora reconhecidamente um bom articulador, não terá tempo de retirá-lo do fundo do poço, nem para juntar os cacos que restaram amontoados no Pombal da Senadora Lídice da Mata, em Ilhéus. E o PC do B? Este até que dispõe de um nome novo, jovem, capaz, sem mácula, sem vícios, independente, portador de todos os requisitos relacionados com a decência, mas, que já assegurou não pretender ser candidato.
Correndo no páreo o PR apresenta Dr. Ruy Carlos como opção, nome até aqui considerado o mais forte da base aliada, mesmo porque os três amigos – PT/PSB/PC do B – não apresentou nenhum nome.
Diante desse quadro de indefinições o lógico não seria o governador lançar o candidato do PP, tendo como vice, um dos três amigos? É aí onde a porca torce o rabo, pois, dois dos três amigos – PSB E PT – estão dentro do governo Newton Lima, situação repudiada pelo PP e querem distância desse casamento. O outro amigo – PC do B – embora fora do governo municipal, também não se aliará ao PP.
Mas, como solucionar esse impasse?
Há rumores de que os três amigos, aliados aos vizinhos da sua base, proporão ao governador apoiar um nome de consenso aprovado entre eles, com exceção do PP.
O PRB embora integrando à base aliada de JW, vem conversando com partidos que não fazem parte dessa base. E se consolidada a proposta de uma aliança, excetuando o PP, o nome do dr. Ruy não for o contemplado pela maioria como o candidato do grupo, será que o PRB fica na base, ou constitui uma frente juntando-se aos partidos com os quais estão conversando fora da base?
Será se o PT ou o PSB aceitaria trabalhar para um candidato do PC do B, considerando a hipótese do vice ser de outro partido aliado que não seja de nenhum deles? Será que os três amigos – PT/PSB/ PC do B – apoiaria Dr. Ruy Carlos indicando, qualquer um deles, como o vice?
Adotando o critério do “lava mãos” qual Pôncio Pilatos, o governador Jaques Wagner poderá acolher a proposta do nome do candidato a prefeito de Ilhéus decorrente de uma aliança, sem o PP, determinando que esse nome tenha a indicação e a aprovação dos coligados e aliados, consensualmente, estabelecendo o prazo para a sua indicação e, assim, podendo dormir o sono dos justos, porque, assim não sendo, ele indicará o seu candidato, que poderá não ser do agrado do eleitor ilheense.
Sabedor do estrelismo, da sede de Poder, da prepotência de membros influentes dos três amigos e dos aliados, que o PP acredita na hipótese do candidato a prefeito de Ilhéus decorrer da indicação direta do governador Jaques Wagner, porque, possivelmente a aliança não passará de reuniões “goelas abaixo” onde cada um imporá o seu candidato e o racha será inevitável. Esse é o retrato cruel da política individualista com a qual sempre vivemos. Tomara que o impossível aconteça e os nossos políticos amadureçam e se conscientizem de que o momento não terá como fator prevalente as estratégias, mas, a renúncia, o diálogo, o entendimento, a humildade, não se esquecendo de que o interesse é coletivo.
Aliança de “baleiro” não valida casamento.
O ideal será um nome novo. Não sendo assim, expurguemos a limeira, queimemos os laranjais, ainda que tenhamos de continuar sob a égide dos três amigos e seus asseclas residindo no entorno do inferno, onde o calor embora intenso, ainda é suportável. Não havendo outro jeito, teremos de habitar no insuportável calor do inferno de dentro, com o retorno e sob o comando do camaleão.
Se eu estiver de todo errado, critique-me, respeitosamente. Preciso crescer.
Se eu estiver parcialmente errado, corrija-me os erros sem aplaudir os acertos. Preciso aprender mais.
Eu só sei, humildemente, independente de correto ou não, o que justifica a minha condição de ser humano, é que não deverei furtar-me ao direito de livremente me manifestar sobre assunto de tamanha relevância, porque pensar e se omitir é covardia.
Pensemos e nos manifestemos sem assacarmos contra a honra, nem a moral publica, nem privada, porque Ilhéus é bem maior que todos nós.