Contra o golpe da Globo basta um punhado de sal


A ordem na Globo é massacrar o Celso Amorim. Dilma terá que ter a coragem de enfrentar os oligopólios midiáticos se quiser ter alguma chance de sucesso.

Gandhi pegou um punhado de sal e libertou a Índia. O que fará a presidenta Dilma?
O jornalista Rodrigo Vianna trabalhou durante muitos anos na Globo, portanto, ele conhece o monstro por dentro.
Rodrigo Vianna é um jornalista sério e sabe o que diz. Portanto, a sua denúncia deveria ser pauta de reunião no governo da presidenta Dilma Rousseff. E no PT também.
Mas o que diz, afinal, o Rodrigo Vianna?
O jornalista revela um movimento que já começamos a perceber no PIG (Partido da Imprensa Golpista).
A ordem na Globo é massacrar o Celso Amorim.
A operação começou com uma enxurrada de declarações de generais imaginários, criadas nas redações da imprensa udenista.
Como o golpe é manjado, logo aparecerão generais da reserva, de pijama, prontos a encobrir a farsa com fumos de veracidade.
A presidenta faz muito bem em buscar uma maior aproximação com as centrais sindicais. Mas isto é pouco.
No passado, quando golpes desta monta foram colocados em prática, o Brasil tinha um Leonel Brizola, que colocava a cara a tapa para expor os golpistas.
Quem, dentro do partido da presidenta, cumpria hoje este papel?
Dilma terá que ter a coragem de enfrentar os oligopólios midiáticos se quiser ter alguma chance de sucesso.
Além disso, a presidenta terá que estreitar, e muito, suas relações com os movimentos sociais, caso contrário, viverá uma crise fabricada, mas com desfecho incerto.
Então, para ser melhor entendido, peço licença ao escritor Luís Fernando Veríssimo para plagiar uma bela metáfora sua, utilizada durante o governo do presidente Lula. Pode não ser lá muito original, mas é didático à beça. Eu mesmo, nunca esqueci.
Para enfrentar o império colonial inglês, Mahatma Gandhi atravessou a Índia anunciando que iria extrair sal, atividade extremamente lucrativa e, por isso mesmo, proibida aos indianos.
Quando não se tem geladeira, além de estratégico, o sal vale ouro. Não é a toa que a palavra salário está aí, vivíssima até hoje.
Gandhi foi ao mar e pegou um punhado de sal. O ato, repetido por milhares de seguidores, resultou na prisão de mais de 50 mil indianos, entre ele, o próprio Gandhi.
Era o início da libertação da Índia.
Dilma terá que apanhar o seu punhado de sal, antes que a crise econômica mundial dê à Globo e as demais vivandeiras a oportunidade para frear a marcha de seu governo, e de nossa Nação.
Onde estaria então o sal que Dilma precisa?
Olhe para o lado presidenta, o sal somos nós.
Por Charles Carmo
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A Globo vai partir pra cima de Amorim: isso prova que Dilma escolheu bem!
Por Rodrigo Vianna no Escrevinhador
Acabo de receber a informação, de uma fonte que trabalha na TV Globo: a ordem da direção da emissora é partir para cima de Celso Amorim, novo ministro da Defesa.
O jornalista, com quem conversei há pouco por telefone, estava indignado: “é cada vez mais desanimador fazer jornalismo aqui”. Disse-me que a orientação é muito clara: os pauteiros devem buscar entrevistados – para o JN, Jornal da Globo e Bom dia Brasil – que comprovem a tese de que a escolha de Celso Amorim vai gerar “turbulência” no meio militar. Os repórteres já recebem a pauta assim, direcionada: o texto final das reportagens deve seguir essa linha. Não há escolha.
Trata-se do velho jornalismo praticado na gestão de Ali Kamel: as “reportagens” devem comprovar as teses que partem da direção.
Foi assim em 2005, quando Kamel queria provar que o “Mensalão” era “o maior escândalo da história republicana”. Quem, a exemplo do então comentarista Franklin Martins, dizia que o “mensalão” era algo a ser provado foi riscado do mapa. Franklin acabou demitido no início de 2006, pouco antes de a campanha eleitoral começar.
No episódio dos “aloprados” e do delegado Bruno, em 2006, foi a mesma coisa. Quem, a exemplo desse escrevinhador e de outros colegas na redação da Globo em São Paulo, ousou questionar (“ok, vamos cobrir a história dos aloprados, mas seria interessante mostrar ao público o outro lado – afinal, o que havia contra Serra no tal dossiê que os aloprados queriam comprar dos Vedoin?”) foi colocado na geladeira. Pior que isso: Ali Kamel e os amigos dele queriam que os jornalistas aderissem a um abaixo-assinado escrito pela direção da emissora, para “defender” a cobertura eleitoral feita pela Globo. Esse escrevinhador, Azenha e o editor Marco Aurélio (que hoje mantem o blog “Doladodelá”) recusamo-nos a assinar. O resultado: demissão.
Agora, passada a lua-de-mel com Dilma, a ordem na Globo é partir pra cima. Eliane Cantanhêde também vai ajudar, com os comentários na “Globo News”. É o que me avisa a fonte. “Fique atento aos comentários dela; está ali para provar a tese de que Amorim gera instabilidade militar, e de que o governo Dilma não tem comando”.
Detalhe: eu não liguei para o colega jornalista. Foi ele quem me telefonou: “rapaz, eu não tenho blog para contar o que estou vendo aqui, está cada vez pior o clima na Globo.”
A questão é: esses ataques vão dar certo? Creio que não. Dilma saiu-se muito bem nas trocas de ministros. A velha mídia está desesperada porque Dilma agora parece encaminhar seu governo para uma agenda mais próxima do lulismo (por mais que, pra isso, tenha tido que se livrar de nomes que Lula deixou pra ela – contradições da vida real).
Nada disso surpreende, na verdade.
O que surprendeu foi ver Dilma na tentativa de se aproximar dessa gente no primeiro semestre. Alguém vendeu à presidenta a idéia de que “era chegada a hora da distensão”. Faltou combinar com os russos.
A realidade, essa danada, com suas contradições, encarregou-se de livrar Dilma de Palocci, Jobim e de certa turma do PR. Acho que aos poucos a realidade também vai indicar à presidenta quem são os verdadeiros aliados. Os “pragmáticos” da esquerda enxergam nas demissões de ministros um “risco” para o governo. Risco de turbulência, risco de Dilma sofrer ataques cada vez mais violentos sem contar agora com as “pontes” (Palocci e Jobim eram parte dessas pontes) com a velha mídia (que comanda a oposição).
Vejo de outra forma. Turbulência e ataques não são risco. São parte da política.
Ao livrar-se de Jobim (que vai mudar para São Paulo, e deve ter o papel de alinhar parcela do PMDB com o demo-tucanismo)  e nomear Celso Amorim, Dilma fez uma escolha. Será atacada por isso. Atacada por quem? Pela direita, que detesta Amorim.
Amorim foi a prova – bem-sucedida – de que a política subserviente de FHC estava errada. O Brasil, com Amorim, abandonou a ALCA, alinhou-se com o sul, e só cresceu no Mundo por causa disso.
Amorim é detestado pelos méritos dele. Ou seja: apanhar porque nomeou Amorim é ótimo!
Como disse um leitor no twitter: “Demóstenes, Álvaro Dias e Reinaldo Azevedo atacam o Celso Amorim; isso prova que Dilma acertou na escolha”.
Não se governa sem turbulência. Amorim é um diplomata. Dizer que ele não pode comandar a Defesa porque “diplomatas não sabem fazer a guerra” (como li num jornal hoje) é patético.
O Brasil precisa pensar sua estratégia de Defesa de forma cada vez mais independente. É isso que assusta a velha mídia – acostumada a ver o Brasil como sócio menor e bem-comportado dos EUA. Amorim não é nenhum incediário de esquerda. Mas é um nacionalista. É um homem que fala muitas línguas, conhece o mundo todo. Mas segue a ser profundamente brasileiro. E a gostar do Brasil.
O mundo será, nos próximos anos, cada vez mais turbulento. EUA caminham para crise profunda na economia. Europa também caminha para o colpaso. Para salvar suas economias, precisam inundar nosso crescente mercado consumidor com os produtos que não conseguem vender nos países deles. O Brasil precisa se defender disso.  A defesa começa por medidas cambiais, por política industrial que proteja nosso mercado. Dilma já deu os primeiros passos nessa direção.
Mas o Brasil – com seus aliados do Cone Sul, Argentna à frente - não será respeitado só porque tem mercado consumidor forte, diversidade cultural e instituições democráticas. Precisamos, sim, reequipar nossas forças armadas. Precisamos fabricar aviões, armas. Precisamos terminar o projeto do submarino com propulsão nuclear.
Não se trata de “bravata” militarista. Trata-se do mundo real. A maioria absoluta dos militares brasileiros – que gostam do nosso país – não vai dar ouvidos para Elianes e Alis; vai dar apoio a Celso Amorim na Defesa, assim que perceber que ele é um nacionalista moderado, que pode ajudar a transformar o Brasil em gente grande, também na área de Defesa.
O resto é choro de anões que povoam o parlamento e as redações da velha mídia; veja mais aqui;.http://www.oreconcavo.com.br/