Em discurso pelos 60 anos da Capes, presidenta Dilma Rousseff destacou a importância da educação.
A construção de uma sociedade mais justa passa pela oferta de uma educação de qualidade, com a valorização de alunos e educadores, defendeu a presidenta Dilma Rousseff, nesta segunda-feira (11/7), durante cerimônia entrega do Prêmio Anísio Teixeira, por ocasião do 60º aniversário da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), no Palácio do Planalto. No discurso, a presidenta Dilma deu ênfase à educação pública como principal instrumento de criação da democracia.
Na cerimônia, a presidenta Dilma destacou também o programa Ciência sem Fronteiras, que tem por objetivo a formação no exterior de 75 mil bolsistas patrocinados pelo governo federal e outros 25 mil estudantes custeados pela iniciativa privada. Dilma Rousseff disse da importância da participação dos Ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia no sentido de “fomentar a produção do conhecimento”.
Ainda no discurso, a presidenta falou da “herança bendita” que recebeu do governo do ex-presidente Lula. E, conforme salientou, seguirá no compromisso de “aprofundar as conquistas que o país teve ao longo dos anos” e de certa forma mais acelerada a partir do ano de 2003. Dilma Rousseff mencionou o educador Anísio Teixeira, fundador da Capes, quando dizia que “só existirá democracia no Brasil, no dia em que se montar no país a máquina que prepara as democracias. Essa máquina é a escola pública”.
“Sem sombra de dúvida que a valorização da educação é de extrema importância. A Capes tem contribuído para esse objetivo. Fico orgulhosa porque herdei uma herança… Estamos preparados para o desafio da sociedade do conhecimento. Ao lado de um programa efetivo da distribuição de renda e combate à miséria lutar por um processo sofisticado. Sem dúvida que a escola pública é fundamental nessa estratégia. Eu concordo integralmente com um grande dirigente da Capes, Anísio Teixeira, que dizia que só existirá democracia no Brasil no dia que se montar a maquina que produz democracia e essa máquina é a escola pública.”
A presidenta lembrou que recentemente lançou o Pronatec que dá ênfase ao ensino técnico. Isso, segundo afirmou, colocará o Brasil num patamar mais elevado e, por este motivo, até 2014 vai buscar implantar, pelo menos um instituto federal, em mais da metade dos municípios brasileiros.
Seis décadas da Capes -- Nesses 60 anos, a Capes comemora a evolução e o crescimento da pós-graduação brasileira e a bem-sucedida implementação de programas que contribuem para aprimorar a qualidade da educação básica, com a formação de professores mais bem preparados para atuar nas escolas brasileiras.
Prêmio — O Prêmio Anísio Teixeira foi instituído pelo Ministério da Educação em 1981, nas comemorações dos 30 anos de criação da Capes. A cada cinco anos, são homenageadas personalidades brasileiras com relevante contribuição para o desenvolvimento da pesquisa da pós-graduação no país. Patrono da educação Brasileira, Anísio Teixeira [1900-1971] dirigiu a Capes de 1951, ano de criação, até 1963.
Os homenageados
Álvaro Toubes Prata — Reitor e professor titular da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Foi coordenador de área de engenharias III na Capes. Atua como pesquisador nível 1A no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e coordena, na UFSC, o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Refrigeração e Termofísica. Recebeu a comenda da Ordem Nacional do Mérito Científico, classe Grã-Cruz, destinada a personalidades que se distinguem por relevantes contribuições à ciência. Natural de Uberaba, Minas Gerais.
Fernando Galembeck — Professor titular da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), vinculado ao Instituto de Química, orientou 80 teses, três delas premiadas. Atua na área de novos materiais e já licenciou sete patentes. Participou da implementação do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (PADCT), que revolucionou a química brasileira. Recebeu prêmios no Brasil e no exterior, entre os quais os da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), da Sociedade Brasileira de Química e o Álvaro Alberto para Ciência e Tecnologia, em 2007. Natural de São Paulo.
João Fernando Gomes de Oliveira — Professor titular da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP) e diretor-presidente do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo. Tem pós-doutorado pela Universidade da Califórnia – Berkeley. Foi coordenador da área de engenharias III da Capes. Reúne 200 trabalhos publicados em periódicos, congressos, revistas e jornais e cinco patentes. Foi condecorado com a comenda e a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico. Recebeu o prêmio da Fundação Conrado Wessel e o SAP Américas Innovation Award. Natural de São Paulo.
Luiz Bevilacqua — Professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atuou como secretário-executivo do Ministério da Ciência e Tecnologia, diretor das unidades de pesquisa do CNPq, diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro, presidente da Agência Espacial Brasileira, vice-reitor acadêmico da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) da UFRJ e reitor da Universidade Federal do ABC (UFABC). Participou da criação do programa de engenharia civil da UFRJ. Natural do Rio de Janeiro.
Nelson Maculan Filho — Professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ultrapassou a centena de trabalhos publicados, formou 150 mestres e 60 doutores e ocupou cargos de destaque na administração acadêmica, entre eles, os de reitor da UFRJ e de secretário de educação superior do Ministério da Educação. Recebeu o título de doutor honoris causa da Universidade de Paris 13 e a Medalha da Ordem Nacional do Mérito Científico. É membro da Academia Brasileira de Ciências. Natural de Londrina, Paraná.