Os indignados retomam a Praça do Sol

No centro da Praça do Sol, em Madrid, um par de chinelos velhos e gastos está em exposição. Um cartaz ao lado explica: esse calçado participou de 450 reuniões, pintou 160 cartazes, impediu a prisão de um imigrante, provocou cinco discussões familiares e até um fracasso amoroso. Ganhou uma revolução.
O relato do jornal espanhol El País mostra que, aos poucos, os indignados do movimento 15-M reocupam o principal palco dos protestos realizados há dois meses por uma “democracia real”. Durante o último mês, mais de 500 pessoas do movimento percorreram a Espanha, iniciativa denominada de Marcha Popular Indignada. As colunas de indignados recrutaram pessoas pelas cidades e povoados do país. Seus integrantes defendem o lema: “novas vias de participação e transformações sociais, democráticas e pacíficas”. Hoje, as oito colunas se encontram na Praça do Sol, onde já foram montadas as barracas de alimentação e a estrutura para receber as assembléias populares. Com a ocupação da praça por essas 500 pessoas, espera-se que um número ainda maior se una ao grupo vindo de diferentes partes da Espanha.
O encontro na Praça do Sol está previsto para as 21 horas (16 horas de Brasília)neste  sábado 23. Todas as marchas, entretanto, já se encontram na cidade. Os membros de uma delas, procedente de Santiago de Compostela, protestaram hoje em frente ao Palacio de la Moncloa, sede do executivo espanhol, com gritos “não nos representam” e “isso não é uma democracia”.
O primeiro acontecimento da nova ocupação será a convocação de uma assembléia narrativa, em que os integrantes das colunas poderão dividir as experiências vividas ao longo do trajeto. A meia noite, os manifestantes permanecerão em silêncio em um “grito mudo” de protesto. A expectativa agora é em relação a quanto tempo os indignados permanecerão na praça já que quando estourou o movimento, em maio, ela ficou tomada por um mês. Também é incerto se os indignados, como no movimento original, acamparão na praça