A morte não pode governar o Brasil!

Juca Ferreira: “Cresce a consciência de que, sob todos os aspectos que se avalie, é preciso afastar Bolsonaro o mais cedo possível”


                                 

O artista de rua, com este grafite, conseguiu traduzir o Brasil e seu maior desafio: estamos travando uma luta entre a vida e a morte. Oficialmente, já morreram mais de 70 mil brasileiros e brasileiras, vitimados pela Covid-19. E já temos quase dois milhões de infectados.


Todo mundo sabe que os números oficiais de mortes e de infectados estão subestimados pela subnotificação e pelo desejo de ocultar a gravidade da situação. O mais grave é que a pandemia está fora de controle. Ainda não chegamos ao pico da doença no Brasil. Agosto e setembro serão infernais, dizem alguns estudiosos. Muitas cidades já estão com mais de 80% de ocupação dos leitos dos hospitais. Imagine a situação dantesca quando não houver mais leitos para os que forem chegando em estado grave, precisando, para não morrerem, de cuidados especiais e de UTI.


Em situações especiais, como essa crise sanitária, quando os parâmetros de comportamento social a que estamos acostumados precisam ser modificados imediatamente, e quando se faz necessária uma reação coletiva para garantir a vida de todos, se impõe a adoção de condutas apropriadas à gravidade do momento. A dimensão coletiva deve se sobrepor às preferências e comodidades individuais. É preciso, por outro lado, que a sociedade esteja atenta. Situações limite criam ambiente favorável a padrões autoritários na relação do poder com a sociedade, que podem avançar para além das medidas de combate à crise sanitária.


Os números da pandemia no Brasil e a possibilidade de se agravarem bem mais não deixam dúvidas de que estamos diante de uma dessas situações limite. Os governos responsáveis, muitos estados e municípios estão se comportando muito bem no enfrentamento à Covid-19, devem fazer um chamado e propor as medidas necessárias. Em alguns casos, devem fazer valer o interesse coletivo para que toda a sociedade respeite as regras e adote condutas de prevenção ao novo coronavírus.Todo cidadão deve se colocar de forma positiva, ao lado da razoabilidade e do enfrentamento da crise.


Bolsonaro e seu governo de extrema direita, composto por generais, negacionistas, simpatizantes das milícias e de neoliberais que só pensam na economia e nos interesses dos empresários e banqueiros, vêm tentando minimizar a gravidade da pandemia, dizendo que se trata de uma “gripezinha”. Com argumentos e ações insistem que as pessoas voltem ao trabalho e tentam, a qualquer custo, suspender a quarentena e o isolamento social. O presidente e esse governo praticam abertamente a chamada necropolítica.


“Vai morrer gente sim, mas não morre gente todo dia?”.

“Se morrerem os mais velhos, melhor, porque são improdutivos”.


Estas são algumas das frases chocantes ditas por Bolsonaro e por pessoas do alto escalão do governo para justificar a irresponsabilidade e a falta de empatia com a população. De um lado, as elites econômicas querendo que Bolsonaro continue a governar para que façam as reformas neoliberais e sigam com a privatização dos ativos públicos que ainda faltam para completar o plano para o qual a presidenta Dilma foi afastada e o ex-presidente Lula preso.


Por outro lado, cresce, na sociedade, a consciência de que não há saída com esse governo e que a vida de todos está ameaçada, principalmente dos mais pobres, que vivem nas favelas, dos povos indígenas e da grande maioria da população. Cresce a consciência de que, sob todos os aspectos que se avalie, é preciso afastar Bolsonaro o mais cedo possível. Por isso, a maioria dos brasileiros e brasileiras já defende o Fora, Bolsonaro e todo esse governo. A sociedade brasileira fez uma opção pela vida e pela saúde de todos em primeiro lugar. Bolsonaro e seu governo estão do outro lado nesse combate. Estão do lado da morte.


Viva a vida!  Fora, Bolsonaro!

A morte não pode governar o Brasil!



Artigo: Juca Ferreira