A greve, a educação, o teste e o desrespeito

Não dá para ser contra a greve dos professores. Entendo que qualquer salário para professor, até atingir o nível da decência, é pouco, contanto que sejam professores preparados para ensinar e responsáveis pelo alunado e oferecer uma educação de primeira qualidade. É a fórmula insuperável para que um País cresça. Mas o que acontece na Bahia, com uma greve que se aproxima de dois meses, é um absurdo. Até quando o sindicato irá? Três meses, quatro meses, um ano? E os alunos e suas famílias ficarão como? Prejudicados e desrespeitados? Ora, o que parece que está acontecendo é um processo de teste à capacidade de Jaques Wagner gerir o Estado. Falta pouco mais de dois anos para o final do seu mandato. Querem o quê? Saber qual o limite de paciência, ou grau de democracia do governador? Primeiro, aceitar o que ocorre não se inscreve em qualquer compêndio de democracia. Assim, pelo visto, o objetivo é colocar em andamento um processo de desmoralização do governador, desconhecendo a sua autoridade. É uma provocação? A mim me parece que sim. O Estado democrático tem limites. E o limite está em não respeitar o direito da cidadania, no caso os estudantes e seus familiares. 0 governo diz não ter dinheiro para pagar quase R$500 milhões, que é o montante necessário para a concessão do aumento pretendido. O que fazer? Rodar a guitarra e implantar na Bahia uma filial da Casa da Moeda? Do jeito que vai todos perderão. Sobretudo os jovens sem escola que, sem alternativas, perambulam por uma cidade sem lei. A APLB deseja produzir uma nova geração de analfabetos ou semi-analfabetos para a Bahia do futuro?
Postagem do BN.