PF PEDE QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO DE MINISTRO E PRESIDENTE DO TCU




Em uma investigação sobre tráfico de influência no Tribunal de Contas da União, envolvendo o advogado Tiago Cedraz, filho do presidente da corte, Aroldo Cedraz, a Polícia Federal pediu ao STF a quebra de sigilo bancário do ministro e de outro integrante do tribunal, Raimundo Carreiro; em depoimento na Lava Jato, o empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC, acusou Tiago de receber R$ 1 milhão - em parcelas de R$ 50 mil - para vender informações privilegiadas do tribunal fornecidas pelo pai, e ainda de influenciar em favor da empresa no tribunal em processo sobre a usina Angra 3; dinheiro seria repassado a Carreiro, relator do caso; o TCU teve papel decisivo no golpe de 2016, ao questionar as chamadas 'pedaladas fiscais'

247 - Os investigadores da Polícia Federal na Operação Lava Jato pediram ao Supremo Tribunal Federal (STF) a quebra de sigilo bancário do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz, e do ministro Raimundo Carneiro, além do advogado Tiago Cedraz, filho do presidente da corte.

A investigação mira o crime de tráfico de influência envolvendo Tiago Cedraz, que foi acusado, em delação premiada do empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC, de receber R$ 50 mil mensais para vender informações privilegiadas do tribunal fornecidas pelo pai, e ainda de influenciar em favor da empresa no tribunal em processo sobre a usina Angra 3.

Para trabalhar a favor da empreiteira, ele teria recebido R$ 1 milhão, que segundo o delator, foi repassado a Carreiro, relator do caso. Segundo reportagem publicada pela revista Época, a PF mapeou as relações de Tiago Cedraz, fez buscas e descobriu e-mails e ligações suspeitas, o que resultou no pedido de quebra de sigilos do advogado e dos ministros.

O ministro Aroldo Cedraz negou, à revista, que seja investigado no caso. O ministro Raimundo Carreiro disse que ter oferecido antecipadamente seu sigilo bancário, fiscal e telefônico. O advogado Tiago Cedraz nega ligação com a construtora.

Hoje na mira da Lava Jato, o Tribunal de Contas da União teve papel decisivo no golpe parlamentar de 2016 contra Dilma Rousseff, ao questionar as chamadas 'pedaladas fiscais'.