Alunos ocupam escolas e desafiam plano de Alckmin





Do 247.


Mais uma escola da capital paulista foi ocupada nesta sexta-feira 13 por estudantes, em protesto contra o projeto do governador Geraldo Alckmin (PSDB) que prevê o fechamento de 94 instituições de ensino e a transferência de cerca de 311 mil alunos; com a Escola Estadual Ana Rosa, localizada no bairro de Vila Sônia, zona oeste da capital, sobe para sete o número de unidades ocupadas, desde o início da semana, na Grande São Paulo; à Escola Estadual Fernão Dias Paes, em Pinheiros, Alckmin mandou policiais para a retirada dos alunos; a Justiça paulista deu 24h para que a escola fosse desocupada; depois do secretário municipal Eduardo Suplicy, o colunista do 247 Camilo Vannuchi faz um apelo ao governador: "vá conversar com os meninos. Trate os jovens com bom senso e algum idealismo"

A ocupação de agora sete escolas estaduais por estudantes desafia a reforma na educação proposta pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), que prevê fechar 94 escolas e transferir mais de 300 mil alunos. Revoltados com a mudança, os alunos pedem a Alckmin que reveja o plano e não feche suas escolas.

O secretário municipal de Direitos Humanos de São Paulo, Eduardo Suplicy, visitou a Escola Estadual Fernão Dias Paes, localizada em Pinheiros, e enviou um comunicado ao governador e ao secretário de Educação, Herman Voorwald, com um "apelo pessoal para o bom senso" para que dialoguem com os estudantes sobre a reforma.

Em artigo publicado ontem no 247, o colunista Camilo Vannuchi escreve uma carta a Alckmin. "Vá conversar com os meninos. Trate os jovens com bom senso e algum idealismo. Gostaria que o senhor chegasse à escola Fernão Dias Paes antes das tropas encarregadas de cumprir a reintegração de posse", pede (leia a íntegra).

Abaixo, reportagem da Agência Brasil a respeito:

Chega a sete número de escolas ocupadas por estudantes em São Paulo

Mais uma escola da capital paulista foi ocupada nesta sexta-feira 13 por estudantes, em protesto contra o projeto da Secretaria de Educação do estado que prevê o fechamento de 94 instituições de ensino e a transferência de cerca de 311 mil alunos para unidades da região onde moram. O objetivo da reorganização, segundo a secretaria, é segmentar as escolas em três grupos (anos iniciais e finais do ensino fundamental e ensino médio), conforme o ciclo escolar.

A Escola Estadual Ana Rosa, localizada na Rua Éden, número 100, no bairro de Vila Sônia, zona oeste da cidade, foi ocupada por um grupo de estudantes por volta das 8h. Com isso, sobe para sete o número de unidades ocupadas, desde o início da semana, na Grande São Paulo.

A Escola estadual Diadema, no município de mesmo nome, no ABC paulista, foi a primeira unidade ocupada na região metropolitana. Os alunos se instalaram nas dependências na noite da última segunda-feira (9).

Na terça-feira (10) ocorreu a ocupação da Escola Estadual Fernão Dias Paes, localizada na Rua Pedroso de Moraes, em Pinheiros, na zona oeste. Na noite da quarta-feira (11), a Justiça determinou a reintegração de posse dessa unidade de ensino e, na tarde de hoje, ocorre uma audiência de conciliação no Tribunal de Justiça, para tentar resolver o impasse. Participam representantes da Secretaria Estadual de Educação, Procuradoria Geral do Estado e do Conselho Tutelar. Se não houver acordo, os alunos terão 24 horas para deixar a escola.

Ontem (12), jovens contrários à proposta do governo do estado ocuparam as escolas Salvador Allende, no bairro José Bonifácio, região de Itaquera, na zona leste, e Castro Alves, na Vila Mazzei, zona norte. Além dessas, mais duas unidades estaduais, a escola Professora Heloísa de Assumpção, localizada em Quitaúna, na cidade de Osasco, e a Valdomiro Silveira, em Santo André, no ABC paulista, tiveram as dependências ocupadas.