SILVIO COSTA: LÍDERES DEVEM PEDIR RENÚNCIA DE CUNHA



Vice-líder do governo na Câmara, deputado Silvio Costa (PSC-PE) articula um movimento suprapartidário – de preferência alcançando os 28 partidos com assento na Casa – para pedir oficialmente que Eduardo Cunha renuncie para evitar maiores danos à instituição; "Se depender do regimento, ele ainda passará alguns meses presidindo a Câmara antes de ser cassado. Então, se todos os líderes pedirem, e ele os atender, afastando-se da presidência, contribuirá para preservar a Casa e terá até mais tempo para se defender"; para o deputado, a Câmara ser presidida por quem tem contas não declaradas na Suíça é uma "situação surrealista"

Eduardo Cunha já disse que a possibilidade de ele renunciar à presidência da Câmara (ou ao mandato) tem "chance zero" de acontecer. Ainda assim, o vice-líder do governo na Câmara, deputado Silvio Costa (PSC-PE), está articulando um movimento suprapartidário – de preferência alcançando os 28 partidos com assento na Casa - para pedir oficialmente que ele renuncie para evitar maiores danos à instituição.

Silvio pretende começar a coletar assinaturas no documento com esta proposta na próxima segunda-feira, 19. "Vou pedir a assinatura independentemente de o partido ser de oposição ou da coalizão governista, porque esse é um assunto da Câmara Federal, que já está pagando muito caro pelos problemas de seu presidente", diz o deputado, justificando: "Se depender do regimento, ele ainda passará alguns meses presidindo a Câmara antes de ser cassado. Então, se todos os líderes pedirem, e ele os atender, afastando-se da presidência, contribuirá para preservar a Casa e terá até mais tempo para se defender".

Costa é um desafeto de Cunha, com quem troca farpas quase todos os dias no plenário, mas não se sente constrangido por isso. "Faço oposição a Cunha desde quando ele se tornou o senhor absoluto na Câmara. Combati quase solitariamente seu estilo de presidência. Mas o que me move não é o antagonismo, é esta situação surrealista que estamos vivendo, em que a Câmara é presidida por um deputado que tem contas não declaradas na Suíça.". Por Tereza Cruvinel -