PF encaminha ao Supremo dados novos sobre caso de Anastasia na Lava Jato

PF encaminha ao Supremo dados novos sobre caso de Anastasia na Lava Jato
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil

Apesar de o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ter pedido na última semana o arquivamento das apurações contra o senador e ex-governador de Minas Antonio Anastasia (PSDB), a Polícia Federal encaminhou ao ministro Teori Zavascki, relator do caso na Corte, documentos que supostamente trazem novos elementos ao caso. O material enviado pela PF tem origem em uma denúncia feita por uma "cidadã comum" ao gabinete pessoal da Presidência da República, em janeiro deste ano. Na denúncia, a autora descreve uma residência na qual um dos mensageiros do doleiro Alberto Youssef teria efetuado um pagamento em dinheiro a um político que a PF investiga se é Anastasia. A investigação relaciona o endereço descrito pelo ex-policial federal Jayme Alves de Oliveira (conhecido como Careca) para suposta entrega de dinheiro a pessoa "parecida" com o tucano a um imóvel pertencente a um engenheiro de Belo Horizonte. Embora a autora pedisse anonimato, o nome dela é identificado na denúncia, encaminhada ao Ministério da Justiça e à PF. O jornal O Estado de S. Paulo apurou que a denunciante já trabalhou na secretaria de Planejamento do governo de Minas Gerais, ainda na gestão tucana, encerrada em 2014. Os fatos não constam em relatório da PF anterior ao pedido de arquivamento feito pelo procurador-geral, tampouco aparecem na própria solicitação assinada por Janot para encerrar a investigação do senador mineiro. O jornal aponta que procuradores não tinham conhecimento da denúncia encaminhada ao Planalto ao pedirem o arquivamento das investigações. Após a chegada dos novos documentos da PF ao Supremo no início desta semana, o gabinete de Zavascki deu vista ao caso novamente ao Ministério Público, para manifestação. Investigadores admitem, reservadamente, a possibilidade de "fatos novos" prorrogarem a apuração sobre Anastasia. Mesmo após pedido de Janot, o caso ainda não foi arquivado, pois depende de um despacho do ministro Teori Zavascki.