Megaoperação da Polícia do Rio de Janeiro prende quadrilha que agia também em Ilhéus

Operação da Polícia Civil é realizada no Rio, Paraná, Espírito Santo e Bahia. (Foto: Renata Soares/G1)
A Polícia Civil realiza nesta segunda-feira (11) uma megaoperação para prender suspeitos de aplicar golpes milionários em bancos. A ação acontece nos estados do Rio de Janeiro, Paraná, Bahia e Espírito Santo.  A ação visa  cumprir 15 mandados de prisão e 28 de busca e apreensão. Até o início da tarde, os 11 madados de prisão do Rio foram cumpridos, assim como dois no Espírito Santo e um na Bahia. Um homem que estava num dos locais de busca, no Espírito Santo foi preso em flagrante por porte ilegal de arma. Os agentes continuavam as buscas por um foragido no Paraná.
Segundo o delegado Felipe Curi,o grupo é responsável por 554 casos de estelionato.  Os integrantes da quadrilha faziam a proposta para que pequenas empresas fizessem um trabalho para a prefeitura. No entanto, em troca, esses microempresários tinham que aumentar o capital da mesma. Para que isso acontecesse, eles faziam grandes empréstimos nas instituições financeiras.
Carlos Alessandro Lins e Silva deverá ser transferido para o Rio de Janeiro
“Quando este empresário percebia que não tinha condições de arcar com o custo, os lobistas transferiam a empresa para algum laranja, que também pertencia à quadrilha. E aí era feita uma pirâmide de empréstimo com outras várias empresas”, acrescentou.
O delegado explicou ainda que os empréstimos variavam de R$ 1 milhão a R$ 3 milhões e, com isso, a quadrilha adquiriu 82 caminhões, que estão espelhados pelo país e foram comprados com a finalidade de lavar o dinheiro.
Foi preso na Bahia  na manhã desta segunda-feira (11), na Pituba, em Salvador. Carlos Alessandro Lins e Silva, conhecido como Carlinhos, 40 anos, um dos sócios da Oscip Hospital Popular da Bahia. Desde quinta-feira em Salvador, investigadores do Rio participaram da prisão de Alessandro. No imóvel dele, na Rua Amazonas, foram apreendidos dois computadores, livros, documentos diversos, dezenas de carnês de pagamento e de documentos de automóveis.
E tinha ainda uma ONG de administração de hospitais públicos na Bahia, que recebia dinheiro para prestar serviços terceirizados como, segurança, limpeza e aluguel de equipamentos, para unidades de saúde pública de Ilhéus e Itagimirim. Mas os serviços nunca eram prestados, segundo o delegado Curi.
“Eles tentaram trazer o esquema desta ONG para o Rio. Tentaram pegar o Hospital Santa Cruz, em Niterói (Região Metropolitana), que está praticamente desativado. Mas a fraude foi descoberta e o negócio não foi concretizado”, disse o delegado.
Agora, de acordo com o delegado da 54ª DP, vão começar as investigações sobre as possíveis ligações da quadrilha com agentes públicos, políticos e prefeituras da Baixada Fluminense.  Curi destacou que duas empresas do grupo fizeram uma doação de R$ 390 mil para a campanha de um candidato eleito para prefeito na região. O delegado não quis adiantar nomes, pois ainda não há comprovação de envolvimento do prefeito com os fraudadores.