Escrito por Mirinho.
Os Resultados das pesquisas que esquentam a
campanha para prefeito em Ilhéus, dependem dos métodos utilizados pelas empresas
pesquisadoras que seguem as instruções de quem as contratam. Não têm caráter
informativo, mas persuasivo.
A massificação desses resultados através de
manchetes e de gravações estridentes divulgadas em carros de som pelas ruas da
cidade, não é pressuposto para entoar o canto da vitória antecipada quando a
eleição acontecerá no próximo dia 07, estando muito longe de uma realidade que
só depois de apurados os votos se terá conhecimento da real e verdadeira
situação. Ainda é cedo.
“ A política é a arte de enganar. Ganha sempre quem
engana melhor”, pensamento manifestado
em uma entrevista dada pelo saudoso
Henrique Cardoso W. e Silva, quando
realmente o eleitorado não detinha tanta informação como nos dias atuais,
também era lesado na sua boa fé, além de menos esclarecido. Hoje é diferente.
Não somos navegantes do barco da adivinhação, para saber
hoje, quem será o prefeito a ser eleito no próximo domingo.
Podemos, sim, afirmar que o governo do Estado
dispõe de uma pesquisa para controle interno nos seus 417 municípios.
Podemos, sim, afirmar que não é interessante ao
governo do Estado divulgar essa pesquisa, para não melindrar os candidatos – PT
e PP – porquanto, embora adversos, integram à mesma “base aliada”(?).
Podemos, sim, afirmar que os candidatos do PT e do
PP sabem através das pesquisas do Estado as suas verdadeiras posições, em
termos de expectativas de sufrágios perante o eleitorado ilheense. Alguém está
mentindo. Quem?
Podemos, sim, afirmar que o candidato do PSOL,
Jorge Luiz, apesar de não ter condições
de se eleger Prefeito como pretende, salvo impugnação dos seus dois
concorrentes ao Paranaguá, terá uma surpreendente votação, porque o seu eleitorado
entende não serem confiáveis os seus dois concorrentes para governar Ilhéus.
No que pese o candidato do PP compor com, salvo
engano, 17 partidos, apesar do peso dos nomes do PMDB, PDT e PSB a nível
nacional, em Ilhéus não têm uma militância POLITICO-PARTIDÁRIA contínua e as
lideranças marcantes desses Partidos, a exemplo dos candidatos a vereador Cosme
Araújo, Fred Gedeon, Chico Xavier, Dr. José Rodrigues, Aldemir Almeida, dentre
outros, que têm eleições praticamente asseguradas como passaporte ao
legislativo municipal não podem fazer milagres e as suas contribuições para o candidato
ao Executivo serão proporcionais ao esforço individual de cada um deles, onde mesmo
obtendo expressivas votações, inclusive, superior ao que será necessário para
se elegerem vereadores, no entanto, no computo geral, contribuirá, mas não com
o suficiente, porque, sem demérito, a maioria dos candidatos que compõem a
esses partidos não têm a densidade eleitoral, nem a reconhecida liderança de
anos dos citados candidatos a vereador.
Quanto ao PC do B de reconhecida militância e
trabalho social e do PRB, ambos estão fragmentados, onde uma minoria ficará com
o PSOL, parte com o candidato do PP e parte com a candidata do PT, não sendo
diferente a linha do PSDB.
Outros partidos de expressão a nível estadual e
nacional que compõem à coligação do PP estão distantes da mesma grandeza política
em Ilhéus, bem assim, alguns surgidos de repente e com menos de uma centena de
filiados, sem militância, não renderão ao seu candidato Majoritário a votação
que o deixe tranquilo e seguro para cantar que já ganhou as eleições. Pode até
ganhar, mas antecipar vitória é muito arriscado.
Tanto do lado do PP, quanto do lado do PT, os
candidatos a vereador têm sofrido porque muitos eleitores votam neles, mas se
recusam votar no candidato a prefeito das suas coligações. Ora, se o eleitor
acredita no candidato a vereador, mas não confia no candidato a prefeito da mesma
coligação, aplica-se a lei de MURICY: “cada um que cuide de si”, primeiro,
porque, o candidato a prefeito não pede voto para vereador, segundo, porque o
candidato a vereador não deve impor ao eleitor a vinculação do seu voto ao voto
de prefeito, para não perdê-lo e terceiro, porque confiança se adquire e não se
transfere. Uma vez perdida não se recupera. Os casadinhos já não dormem juntos.
Esse fato também contribui para a
indefinição das eleições, embora, positivo do ponto de vista de eleger
vereadores independentes e menos atrelados ao Executivo, pelo menos, até a
posse dos eleitos.
Não é novidade que muitos eleitores não votarão na
candidata do PT. Uns até comentam sobre a admiração nutrida por ela, mas, tem
aversão ao seu partido. Por isso, direcionarão os seus votos ao candidato do
PSOL. Isso é notório.
No entanto, embora em disparada minoria quantitativa
partidária, a candidata do PT conta na sua coligação com Partidos
qualitativamente mais consistentes e menos dissidentes e com militâncias mais
aguerridas, de campo. Isso pesa e muito.
As eleições estão indefinidas e os votos inválidos
somados aos votos do candidato do PSOL, deduzidos do total de votos do
eleitorado ilheense terá como resultado a quantidade exata de sufrágios a serem
disputados pelo PT contra o PP. Aí, adotando-se o critério da probabilidade
matemática, o vencedor será aquele que obtiver o maior número de votos
atribuídos a cada partido da sua coligação, prevalecendo, portanto, a
consistência e consciência partidária, o poder de convencimento das suas lideranças e, consequentemente da qualidade das suas militâncias. Nesse caso a
quantidade é como a cesta do pobre trabalhador sempre grande, porém vazia,
justamente, por causa de um voto, dado errado, na hora errada, a um candidato
errado. Não se iludam pelas pesquisas.
Façam as suas contas e tire suas conclusões.
O impressionismo dos dados absurdamente divulgados
pelas pesquisas não compatibilizam com a realidade do que se sinaliza para o
resultado das eleições de domingo. As eleições estão indefinidas e o vencedor
terá uma margem apertada de votos sobre o vencido. Salvo se o inesperado acontecer. A política é uma caixinha de surpresa,
onde tudo é possível.
O resto é pura Ladainha.