Valmir Freitas diz que continua na Câmara e que Jabes não cumpre promessas


O vereador Valmir Freitas, acusado de infidelidade partidária pelo Partido Progressista, garante: vai continuar no exercício do seu mandato. Na última semana, uma decisão do juiz-relator do Tribunal Regional Eleitoral acatou o pedido do PP que quer reaver o mandato do vereador. Mas a medida, segundo informa Valmir, “cabe recursos” e, enquanto não é condenado, ele permanece no cargo. O Partido dos Trabalhadores, segundo informa, está tomando todas as medidas cabíveis para garantir o mandato.

“Apesar da turma dos boatos, já conhecida por todos nós, espalhar pelos quatro cantos da cidade de que a cadeira da Câmara de Vereadores não me pertence mais, gostaria de dizer ao povo de Ilhéus que permanecerei, sim, no exercício do meu mandato. E, agora, com a cabeça erguida, convicto de que nem eu nem minha comunidade estamos sendo mais enganados por políticos que só pensam no seu próprio umbigo”, informou neste domingo (02), por meio de uma Nota Pública.

O político a que ele se refere é o ex-prefeito Jabes Ribeiro. Eleito em 2008 pelo Partido Progressista, Valmir conquistou 1.364 votos, tendo como base principal do seu eleitorado as comunidades de Inema, Pimenteira e Banco Central. Na nota, informa que durante esta fase foi “fiel ao partido”, atendendo as orientações da sigla e se posicionando como oposição ao atual governo municipal. “Mas um mandato de qualidade não se constrói com perseguição ou mesquinhez. É preciso alicerçá-lo com ações políticas que resultem, efetivamente, na melhoria da qualidade de vida da população. A verdade é que apesar das inúmeras promessas feitas pelo senhor Jabes Ribeiro de que através de importantes setores do governo estadual comandados pelo PP os benefícios chegariam à minha região, não obtivemos nenhum sucesso em nossas reivindicações”, alega na nota.

Valmir lembra que mesmo assim, em 2010, durante a eleição para deputados estadual e federal, manteve a postura de fidelidade ao PP apoiando, a pedido do próprio Jabes, depois da sua desistência, nomes, segundo ele, de pouco ou nenhum serviço prestado a Ilhéus, acreditando que, a partir daquela eleição, os pedidos da comunidade viessem a se tornar realidade.  Ele citou que à época, Inema reivindicava a pavimentação à paralelos da Avenida Ezequiel Amâncio. A região de Inema, Pimenteira e Banco Central lutava pela recuperação de uma viatura velha estacionada no pátio da Ciretran de Ilhéus para atender a população destas comunidades.

“Foi neste período que percebi que enquanto me deparava com promessas antigas e não-cumpridas do ex-prefeito Jabes Ribeiro, o governo municipal, mesmo eu estando na oposição, dava respeitabilidade ao meu mandato, ouvindo os reclames da comunidade que represento e se colocando à disposição para resolver alguns destes problemas”. E enumera, a ajuda recebida da Prefeitura: a reforma do estádio de Inema, a implantação da coleta seletiva do lixo, o Programa de Combate ao Trabalho Infantil (Peti), a reforma do posto policial, pavimentação da rua que dá acesso ao cemitério, da avenida Ezequiel Amâncio, das Travessas 15 de novembro e José Antônio de Brito.

“Minha lealdade é, sobretudo, com o povo que me elegeu e acreditou na minha forma de trabalhar”, garante na nota, lembrando que 75 por cento dos votos que conquistou foram nestas comunidades. Em Inema, dos 940 votos válidos depositados nas urnas, 705 foram para ele. “Faço política sem fugir dos meus eleitores nem dos meus princípios. Tenho uma história de poder olhá-los cara a cara e usar da sinceridade para dizê-los “sim” ou “não”. Com o não cumprimento das promessas feitas pelo PP e pelo ex-prefeito Jabes Ribeiro, comecei a enxergar um novo modelo de ser fazer política, comandado pelo governo municipal, com respeito às discordâncias, de lealdade independentemente das nossas posições e princípios, de palavra que mereça credibilidade e aplauso”, afirma.

Dizendo-se satisfeito com o resultado desta parceria, em setembro de 2011, pediu desfiliação do PP e se filiou ao Partido dos Trabalhadores. Medida que considerou suficiente para que o PP ingressasse na Justiça reivindicando o mandato dele, acusando-o de infidelidade partidária. Numa primeira fase do inquérito, algumas testemunhas foram ouvidas em Ilhéus e o processo foi enviado a Salvador. Na última semana, uma decisão do juiz-relator acatou o pedido do PP.

“A parceria que mantenho com a Prefeitura é uma vitória da minha comunidade. Política séria se faz assim. Com palavra, lealdade com os companheiros e compromisso com o povo”, encerra a nota, o vereador Valmir Freitas.