Seguindo a determinação do Supremo Tribunal Federal o IBAMA realizou esta semana seis audiências publicas, para conclusão de parecer técnico, referente a implantação do empreendimento Porto Sul, na cidade de Ilhéus.
Uruçuca, Itacaré, Itabuna, Coaraci, Itajuípe e Barro Preto. Seis cidades que estão dentro da área de influencia direta do empreendimento, sofrendo impactos ambientais apresentados no EIA-RIMA, cujo estes, estão voltados as questões de avanço da área do mar, atingindo Uruçuca e Itacaré, e as alterações de curso da bacia hidrográfica do Rio Almada alterando a estrutura nas cidades de Itabuna, Itajuípe, Coaraci e Barro Preto.
O projeto Porto Sul esta sobrevoando a região cacaueira desde 2008. Audiências, reuniões, movimentos, protestos que aguçam a fantasia de mudança e o medo de destruição na região. Mas esta semana o Porto Sul virou também discurso e palco politico para uma “estratégia” de campanha “sutil”, o que subestima a inteligência da população das cidades comtempladas pelas audiências.
Candidatos, pré-candidatos, políticos utilizaram o espaço reservado para os questionamentos sobre os impactos do Porto Sul nas cidades, para conclamarem seus discursos “apaixonados” pela luta e pelo desenvolvimento do povo e das cidades. Um discurso que pouco se aproxima das necessidades e duvidas sobre o empreendimento, mas que se encaixam no jogo politico partidário, o qual o empreendimento vem firmando ao longo dos seus quase cinco anos de vida.
No meio do campo, se encontra o futuro da região. A expectativa de geração de emprego, renda, o medo pelos impactos ambientais nas suas comunidades, não suplantam a insegurança do real motivo deste empreendimento.
Os discursos dos representantes públicos se moldam aos interesses dos organizadores do empreendimento. Políticos, interessados em ganhar notoriedade nas etapas do projeto, enchem a boca de palavras honrosas, para sutilmente minarem na mente da população suas contribuições, pela chegada do empreendimento em sua cidade. Mas se limitam as medidas paliativas e futurísticas, colocando os benefícios para o futuro, que pode ser amanhã ou nunca.
Não houve, não há e não irá existir, por exemplo, quem questione o fato de mãos de obras destas cidades não estarem envolvidas neste processo, de forma efetiva. Gastos para execução destas seis audiências, poderiam terem sido evitados, caso houvesse uma participação mais local e menos “apadrinharcal” na construção dos estudos. O motivo? Simplesmente porque nada se tem e nada se ira fazer para transformar as normas de um empreendimento que visa fazer de Ilhéus, meramente, um canal de escoamento de riquezas e um galpão físico de recepção de interesses de políticos.
Movimentos contrários, que usam como bandeira a preservação do meio ambiente agem de forma radical e levam a questão para a ideologia, ignorando a realidade dos fatos. O Porto Sul é um projeto que irá chegar. O tempo, só protocola expectativas, acomoda as ações, limita as transformações e ampliam as estratégias para manobras politicas.
Conhecedores do Porto Sul, sejam a favor ou contra, não devem permitir que tal projeto torne-se mito. Nem tão pouco que a cidade de Ilhéus se torne picadeiro para os gestores deste projeto assistirem de camarote os espetáculos desta história. O desfecho deste empreendimento esta nas mãos da população, que terá a responsabilidade de cobrar, exigir e transformar o discurso em lei, em realidade.veja mais aqui;http://circobrasileiro2011.no.comunidades.net/